Educação

Política e educação - A concepção existencialista de Jean-Paul Sartre

O cenário político atual de nosso país está envolto em preocupações tanto no âmbito das finanças como no aspecto político, momento oportuno para que façamos aqui uma reflexão ética e moral sobre a atuação de nossos governantes na administração do nosso país.

O cenário político, maculado por escândalos e barbáries no uso de verba pública, as instituições sucateadas, verbas escolares aniquiladas, as falácias de que o problema deve ser discutido e refletido dentro das escolas, uma proposta ética de consciência política que não se adequa à prática imoral de constituirmos uma educação esquecida e abandonada.

O interesse político-partidário nem sempre está a caminho do progresso e da ordem, os escândalos conhecidos são inúmeros, a desconfiança aumenta e o descrédito do Estado enquanto poder político que regula a sociedade precisa buscar solidez e parâmetros de ética e segurança, tanto no aspecto interno da nação como no aspecto da economia internacional.

Quem ousar afirmar que está tudo bem na política pode ser atualmente visto como uma pessoa desentendida do assunto, pois são tantos acontecimentos tenebrosos envolvendo desvios de verbas públicas, denúncias via internet, manifestações interesseiras por meio de condução de massa de manobra, movimentações de sindicatos e grupos que pretendem atribuir a cor vermelha, azul ou qualquer outra cor que promova interesse de busca pelo poder, assistimos até mesmo pessoas manifestando o desejo da retomada dos militares no poder, sem ter a oportunidade de conhecer o que foi o AI – Ato Institucional principalmente dos governos mais duros: Costa e Silva e Médici, presidentes generais que instituíram uma política de tortura que foi superada pela Constituição Federal de 1988.

Momento oportuno se faz para refletirmos sobre o existencialista Jean-Paul Sartre, pois não há uma essência ética precedente à existência, pois se assim fosse, não teríamos que conviver com tanta imoralidade, burocracia e falta de justiça. A natureza do Homem é revelada a partir daquilo que ele produz, em seu contexto histórico e dentro do ambiente social em que vive.

Assim, se os Homens são o que fazem no decorrer de suas vidas, essa é a única explicação que temos em mãos para analisar a natureza e a gravidade da situação política do país, pois nem Deus  nem a Natureza determinista conseguiram explicar, de antemão, as atitudes dos homens, suas escolhas e suas histórias.

A esperança deve ser analisada a partir do que produzimos, pois a política não é algo abstrato e distante da realidade social. A Política precisa ser incorporada na História, mas uma História de uma educação séria e comprometida com o desenvolvimento social, uma História que receba a Educação como uma preocupação política que tenderá a se desenvolver para o amadurecimento e emancipação do Estado Democrático de Direito.

Valmir Bufalari – Graduado em Filosofia pela Universidade do Sagrado Coração – USC/Bauru e Direito pela Universidade de Marília/UNIMAR. Mestrando do Programa de Mestrado em Direito/UNIMAR e Professor Coordenador da Rede Pública do Estado de São Paulo. [email protected]

Profa. Dra. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer – Doutora em Educação e docente do Programa de Mestrado em Direito da Universidade de Marília.