Em protesto contra a falta de merenda nas escolas técnicas, estudantes ampliaram hoje (3) o movimento de ocupação de estabelecimentos de ensino. Segundo os próprios alunos, as atividades foram interrompidas em seis escolas técnicas (Etecs) e uma escola estadual, todas em São Paulo.
O Centro Paula Souza (CPS), autarquia responsável pelas escolas técnicas estaduais de São Paulo, admite apenas três ocupações, além do complexo sede do órgão, onde também funciona um estabelecimento de ensino.
O núcleo administrativo do CPS foi tomado pelos estudantes na última quinta-feira (28). No domingo (1º), o juiz Fernão Borba Franco, da 14ª Vara de Fazenda Pública, concedeu uma liminar de reintegração de posse do edifício, localizado na Luz, região central da capital paulista. Na manhã de ontem (2), a Polícia Militar entrou no prédio para permitir que os funcionários pudessem trabalhar. A ação, no entanto, foi considerada ilegal pelo juiz Luis Manuel Fonseca Pires, uma vez que o mandado para que fosse feita a desocupação do centro não foi expedido.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, que acompanhou pessoalmente a ação policial, terá de dar explicações sobre a operação. Além de solicitar os esclarecimentos em 72 horas, o juiz determinou a “imediata suspensão de qualquer ato por parte da Segurança Pública do Estado de São Paulo com o fim de ingressar no imóvel”.
Os estudantes aguardam, agora, a realização de uma audiência de conciliação para discutir a saída do prédio. Um dos ocupantes, que se identificou apenas como Marcelo, 18 anos, disse que a ocupação tem recebido diversas manifestações de apoio. “Muitas Etecs estão nos procurando, postando vídeos de apoio. Porque é um problema em cada Etec. Eles têm sofrido muito com a falta de merenda ou com a merenda seca [suco e bolachas] para o estudante entrar às 7h e sair às 17h.”