Educação

Sindicato de escolas quer terceirização e apoia reforma do ensino médio

Sindicato de escolas quer terceirização e apoia reforma do ensino médio

O sindicato de escolas particulares aponta queda na inadimplência, nova postura na relação com clientes e defende terceirização com queda de impostos para melhorar oferta e qualidade de ensino no país.

Os dados foram apresentados pelo presidente da entidade, Benjamin Ribeiro da Silva, que participou nesta segunda-feira de um encontro em Marília com dirigentes de escolas de toda a região.

Ele apresentou também informações sobre a nova sede da entidade, na zona sul de São Paulo, e da campanha salarial dos funcionários da categoria, que terão 5,3% de reajuste.

Segundo Benjamin Ribeiro a escola privada supre necessidade que a escola pública não supre e outros países adotam modelos que repassa recursos da educação por aluno, indiferente se a escola é pública ou privada.

“São modelos que vamos ter que chegar, o modelo brasileiro é falido. Custa demais. Em São Paulo já temos terceirização de unidades de educação infantil. Uma escola conveniada custa um terço do que custa escola pública e a qualidade é infinitamente melhor.”

O dirigente sindical afirmou que outro problema do setor público é a estabilidade dos professores. “Estabilidade do professor é o maior cancro que o país tem. Tem pessoas fantásticas, mas tem pessoas que vão lá e não tem compromisso nenhum com o aluno.”

Em outra avaliação polêmica, Benjamin Ribeiro disse que os cursinhos pré-vestibulares acabam se houver ensino médio de qualidade e disse que interessa para o setor privado que o poder público invista em educação de qualidade.

“Melhorar educação interessa para todo mundo, só vai ter país melhor se melhorar a educação, não tem outro caminho. Se tiver boa educação não vai vender seu voto, não vai votar em malandro, melhora pra todo mundo.”

REFORMA ENSINO MÉDIO

Benjamin Ribeiro, presidente do sindicato das escolas particulares, durante encontro em Marília

Para o Sindicato, a reforma do ensino médio é uma necessidade mas ainda vai levar alguns anos para ser implantada e traz pontos a ser discutidos, principalmente a divisão das turmas. A reforma prevê ensino de forma separado para alunos das áreas de ciências exatas, linguagem, ciências naturais e ciências sociais. 

“Você tem escolas, principalmente no interior, que em alguns anos tem uma turma. Como é que você divide em quatro? Vai ser muito difícil. Estamos conversando com o MEC”, disse Benjamin.

Apesar das dificuldades ele defende a reforma, disse que as escolas praticamente já ofereceram o número de aulas que a reforma exige e o problema será mesmo da divisão. “Concordamos que ela é necessária, não vejo obstáculo nisso.”

INADIMPLÊNCIA

O sindicato apresentou aos dirigentes de escolas dados sobre inadimplência do setor em todo o Estado. A região de Marília tem o quinto maior índice de dívidas em relação a janeiro, com 6,3% de devedores, abaixo apenas de Ribeirão (9,16%), São José (7,48%), Presidente Prudente (7,1%) e ABC (6,9%). Regiões como Campinas (5,45%), Bauru (5,8%) e Rio Preto (5,9%) têm índices menores.

Os números estão mais animadores que os de 2016, quando a inadimplência na região chegou a 11,77% e chegou a 15,20% em São Paulo e 14% em Ribeirão.

“As escolas estão aprendendo a trabalhar, não dar crédito a quem não tem crédito, quem já está negativado no SPC, você vai ser mais um credor. Cobrança mais efetiva. Estão entendendo que escola é uma empresa como qualquer outra e não tem nada que a financie senão a mensalidade.”

Benjamin Ribeiro criticou ainda a carga tributária, que segundo ele chega a 46,4%. “O pai de aluno é duas vezes penalizado. Ele não pode deixar o filho na escola pública porque é ruim. Ele vai para a escola privada e paga quase 50% de imposto.”