Educação

Só duas escolas de SP, do interior, incluídas em estudo de excelência no ensino

Só duas escolas de SP, do interior, incluídas em estudo de excelência no ensino

Apenas duas escolas do Estado de São Paulo, ambas no oeste paulista, foram contempladas no estudo “Excelência com Equidade no Ensino Médio: a dificuldade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas”, realizado por Fundação Lemann, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Instituto Unibanco e Itaú BBA. São duas escolas técnicas, em Birigui e Teodoro Sampaio. Nenhuma unidade de ensino médio na capital paulista alcançou os critérios exigidos.

As esc olas selecionadas no Estado foram a Etec Renato Cordeiro, de Birigui, e a Etec Nair Lucas Ribeiro, de Teodoro Sampaio. O objetivo da pesquisa foi identificar estratégias e práticas comuns às escolas de ensino médio que atendem alunos com renda familiar de até 3 salários mínimos e conseguem bons resultados educacionais.

No total, pelo nível socioeconômico dos alunos, 5.042 escolas públicas de ensino médio eram elegíveis. Dessas, somente 100 (2%) atingiram os indicadores de qualidade propostos. Isto é, conquistaram bons resultados na Prova Brasil e no Enem 2017, além de taxa de aprovação mínima de 95%. É importante ressaltar que 82 dessas 100 escolas são de tempo integral.

Os estados que mais se destacaram na pesquisa foram Ceará, com 55 escolas; Pernambuco, com 14; e Goiás e Espírito Santo, com 7 escolas cada. Estes estados foram os estados escolhidos para a realização da pesquisa de campo (qualitativa). Os pesquisadores visitaram duas escolas em cada um desses estados, além de uma escola com indicadores na média, para comparação.

A partir dessa análise, foi possível identificar ações e práticas que contribuem para os bons resultados e que podem servir de inspiração a outras unidades e redes.

Valem destaque: 1. Tomadas de decisão baseadas em evidências; 2. Foco no uso de dados e no monitoramento contínuo da aprendizagem dos alunos, com utilização de sistemas integrados de gestão educacional; 3. Parceria entre professores e alunos, com escuta ativa e quebra do tabu da hierarquia; 4. Boa interlocução dentro e fora da escola (pais, comunidade e Secretaria de Educação); 5. Estratégias pedagógicas que conversam com a realidade dos alunos e atendem às diferentes necessidades de aprendizagem, com mescla de métodos de fixação (exercícios e simulados) e métodos que estimulam a criatividade e o protagonismo (feira de ciências, atividades esportivas, tutoria entre alunos e aulas eletivas criadas por eles).

“Nenhuma atingiu 600 pontos de média nas avaliações objetivas do Enem, uma pontuação longe de ser considerada alta, e nenhuma consegue garantir 70% dos alunos com aprendizado adequado em língua portuguesa e matemática, segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)”, afirma Ernesto Martins Faria, diretor executivo do Iede e pesquisador responsável pelo estudo.

O estudo “Excelência com Equidade no Ensino Médio: a dificuldade das redes de ensino para dar um suporte efetivo às escolas” é a terceira etapa da série Excelência com Equidade, que começou em 2012 com a análise dos anos iniciais do ensino fundamental. A partir de 2015, os anos finais passaram a ser estudados. Contando com este, são nove relatórios de pesquisa já produzidos.

ACESSE AQUI O ESTUDO NA ÍNTEGRA
Assista a um vídeo que traz algumas das lições das escolas de bons resultados