Joseph Ratzinger, o Papa Emérito Bento XVI, morreu neste sábado (31), aos 95 anos, no Mosteiro Mater Ecclesiae, onde vivia desde sua renúncia em 2013.
Bento XVI vinha em um acelerado agravamento de seu quadro de saúde que havia sido divulgado por seu sucessor, o Papa Francisco, na quarta-feira passada. A morte foi anunciada pela direção de comunicação do Vaticano e ocorreu às 9h30 (horário da Itália).
O Papa emérito – tratado no Vaticano como “humilde trabalhador na vinha do Senhor” – cumpriu quase oito anos à frente da Igreja Católica, período marcado por textos teológicos importantes, linha conservadora nas questões morais e algumas polêmicas, como vazamento de documentos.
“Decidi renunciar ao ministério que o Senhor me confiou em 19 de abril de 2005. Fiz isso em plena liberdade para o bem da Igreja, depois de ter rezado por muito tempo e de ter examinado diante de Deus a minha consciência, bem consciente da gravidade desse ato, mas também consciente de já não estar em condições de prosseguir no ministério petrino com aquela força ele exige”, disse na sua renúncia.
Naquele mesmo dia, o Papa encontra os purpurados que se preparam ao Conclave. Entre eles, está inclusive o Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco. Para todos o Pontífice tem palavras de afeto e incentivo:
“Que o Senhor lhes mostre aquilo que é da vontade dEle. E, entre os senhores, no Colégio dos cardeais, está também o futuro Papa, ao qual prometo, já de hoje, a minha reverência incondicional e obediência”, afirmou.
Alemão, Joseph Aloisius Ratzinger nasceu em Marktl am Inn, na Baviera, e cresceu durante o período em que o regime nazista ganhou força na região.
Chegou a participar da Juventude de Hitler na adolescência, – a participação no movimento era obrigatória desde 1939 – e a situação criou polêmica após sua posse como Papa. O Vaticano justifica que assim que pode, Ratzinger optou pelo seminário.
Foi ordenado padre em 1951 e bispo em 1977, quando foi nomeado Cardeal pelo Papa Paulo VI. Foi Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e assessor influente de João Paulo II.
A proximidade com o Papa João Paulo o tornou favorito no conclave que o elegeu. Ainda assim, foram necessárias quatro votações para que um único nome recebesse mais de dois terços dos votos.