Esse ano será marcado como um daqueles que nunca termina como o ano de 1968, quando ao AI-5 foi decretado em dezembro após uma série de manifestações, passeatas e enfrentamento da esquerda que se armava contra tropas do governo. Com devidas proporções, 2016 vai pelo mesmo caminho. É claro que não estamos em pleno regime militar, porém, as crises que se arrastaram pelo ano fazem deste mais um ano que não irá terminar.
Tivemos o processo de impeachment da presidente Dilma que infelizmente nos deixou uma bela herança transformada em crise econômica e institucional. Nunca, nem em tempos da crise de 1929, ou mesmo em tempos do João Goulart, tivemos uma crise econômica e institucional vivida como vivemos esse ano. Vale lembrar que no passado ambas terminaram com Golpes, já que Vargas fez a Revolução de 30 e os militares a de 1964. Para nossa sorte, hoje, os militares estão relutantes em deixar os quartes e nos colocarem em estado sombrio novamente, assim como em 30 e 64, motivos agora não lhes faltam.
Além da crise econômica e institucional que não melhora, o que falar da crise entre os poderes, o Renan fez o que quis do STF e tudo ficou por isso mesmo. Ou seja, o episódio culminou a cereja do bolo e realmente mostrou que o poder nesse país realmente se transformou na “casa da mãe Joana”. É como se a República (1889) não tenha sido proclamada. Os três poderes nesse país são uma vergonha.
2016 terá que entrar para os anais dos livros de história e ser estudado pelos alunos como o ano que o Brasil foi realmente transformado em República das Bananas, onde as notícias de corrupção atingiram seu auge, a crise econômica e a institucional explodiram, o STF foi jogado às traças e os militares nada fizeram.