Marília

A força do coletivo

As pessoas querem participar, não sabem como. A frase não é minha, não é nova, mas foi repetida nesta manhã por Laura Doumen Zimer, uma das organizadoras do mutirão para limpar o Lago do Aquarius.

É uma região muito bonita na cidade, que no dia-a-dia acaba usada apenas para embelezar o bairro – que nem é Aquarius, o bairro é Marajá – mas que envolve moradores de várias regiões.

O motivo: prazer em fazer, respeito por áreas coletivas, satisfação em participar e dizer “ajudei a fazer a cidade melhor” O problema é que os voluntários são poucos, o suporte é pequeno e o número de gente do outro lado – que suja, se livra dos problemas e não está nem aí, é grande.

O poder público pode ajudar o voluntariado, especialmente com máquinas e equipamentos se não for o caso de bancar as horas extras dos trabalhadores. Mas a própria coletividade pode se organizar e mostrar força.

Empresas deixam caminhões na garagem nos finais de semana, deixam maquinas paradas, moradores muitas vezes sem boas opções ficam dentro de casa. Unir o tempo, o esforço ou a estrutura deixa a cidade melhor para todos. Surgem mais espaços coletivos, surgem mais opções de lazer, há valorização da cidade.

Alguém pode pensar: o IPTU não para de subir e eu tenho que catar entulho? É, tem. Muitos países de primeiro mundo reforçam e têm base de organização no trabalho coletivo. Cuidar do bairro é interesse de todos, dá valorização e segurança.., entre outros benefícios.

E pode dar muito mais que isso. Pode dar força ao coletivo, até para falar com o poder público, para interagir entre os bairros. Moradores organizados, envolvidos, com pouca participação – como um dia de mutirão – já podem integrar estruturas coletivas fortes, que não vão mais ao poder público pedir, nem precisam ir exigir ou brigar.

Podem ir para propor soluções, discutir prioridades e dizer: é um projeto de todos. E aí, vai atender? Governos inteligentes geralmente atendem, fica mais fácil viver.