O ano era o de 1998, meu primeiro ano do curso de história na Unesp/Assis. Já não era jovem como aqueles que acabam o terceiro colegial e entram direto na faculdade. Tinha idade até para ser tio de alguns de 17 anos. Foi o primeiro e melhor ano dos quatro que passei por lá. O primeiro ano ou a primeira vez a gente nunca esquece. E é justamente por não esquecer, que me lembro quando fomos para SP protestar em plena Brigadeiro Luís Antônio seguindo para a Assembleia marcar presença contra o risco da perda de autonomia que as universidades estaduais paulistas sofriam na época. Não sei se foi pela nossa manifestação, porém as universidades nunca perderam sua autonomia.
1998, fez parte também dos 30 do A I – 5, “ o golpe dentro do golpe”. Na semana de história daquele ano tivemos filmes, palestra (José Celso Martines Correia) e debates sobre o período de 68 que marcaria para sempre uma geração e implantaria em muitos corações a vontade de transformar o mundo e lutar. Ou então, pelo menos lutar por uma educação melhor. Como em 68, que tinha início a Era de Aquarius transformando o mundo em uma grande festa para juventude da época, 98, ao nosso modo e dentro do nosso propósito, também foi uma festa.
Hoje, passados 17 anos daquele maravilhoso ano de 1998 e tendo 13 anos de educação dentro de uma sala de aula, percebo o quanto tudo mudou e que as gerações nunca mais foram aquelas de lutas, cobranças e contestações. Hoje, com o advento dos jogos eletrônicos, face e zaps da vida, os alunos se interessam cada vez menos por política e o que é mais grave, pelas ambições da vida em si. Para muitos desses alunos, um emprego que lhes pague o mínimo possível para a sua sobrevivência e de sua família já está bom.
A impressão que tenho é que essa geração não sonha e quem não sonha não vive de verdade. Só espero que as futuras gerações tenham um pouco mais de conscientização política e pela vida.