Marília

A velha e nova política

Vamos falar um pouco da nossa política e do modo brasileiro de fazer campanhas desde o século XIX.

Tantos os eleitores como os candidatos passaram por uma verdadeira evolução e revolução. Dos votos de papel até a urna eletrônica muita coisa mudou e o modo de se fazer campanha política teve que adaptar às regras cada vez mais rígidas, afinal o TSE é um laboratório que testa em cada período a legislação para controlar a sede dos candidatos em conseguir mais um voto.

Votos de cabresto, comprados ou de compromisso vem sobrevivendo há décadas e mesmo com eleições mais curtas e mais rígidas hoje ainda encontramos muito disso, afinal a política fez escola e em grande parte é passada de geração para geração, e que é muito comum encontrar em cada cidade uma família de políticos.

Desde a colonização do Brasil, a influências dos portugueses se fizeram presentes no “modus operandi” de conquistar ou comprar seu eleitorado.

O TSE faz campanhas, fiscaliza, cria aplicativos mas a política rasteira e sem escrúpulos sobrevive. São churrascos, tijolos, tratamentos de saúde e até de beleza que são negociados sem nenhum constrangimento das partes.

Nesta eleição, as doações de empresários estão proibidas e as contribuições de pessoas físicas com muitas regras que podem criar uma lacuna ainda maior para o caixa dois.

Dinheiro vivo não tem cor, sexo, moral ou ideologia, e nessa batalha é sempre bem vindo.

Regras são necessárias, mas quando você não ajusta as leis à realidade corre o risco de ver uma avenida de crimes eleitorais sendo pavimentada-ainda mais com essa crise, e vale como referência o que aconteceu nos EUA no início do século, com a proibição da venda e consumo de bebidas.

Eu ainda não entendo qual a necessidade de obrigar o eleitor a votar, mas talvez também pelo mesmo motivo porque se criará um comércio para motivar o eleitor.

Nesta campanha em 2016, o jogo entre a velha e a nova política estará em pauta- será que todos querem a renovação e estão preparados para serem os fiscais da integridade, ou ainda acreditam nos velhos padrões?!

Alea jacta est!