Marília - O abandono de gatos no conjunto de prédios desocupados da CDHU na zona sul de Marília cria riscos aos animais e pessoas e sobrecarrega uma cuidadora, gestora de ONG de proteção, que fez apelo por ajuda.
Nos últimos meses, Wanda Lucchetta recolheu mais de 30 gatos em diferentes situações no conjunto de prédios. Na última leva foram três. Ela já cuidava dos animais quando ainda havia ocupação no prédio.
A ordem de interdição e o abandono posterior com onda de saques e danos criou várias situações de risco. Ela sente insegurança, mas há casos piores. Recebeu relatos de agressões a invasores que vão deixar os animais e sofrem ataques de pessoas no local.
“Eu já fiz o apelo para não abandonar. Não tem como eu ficar pegando, eu não tenho mais condições na ONG e não dá para cuidar como era antes. Eu ia, levava ração, água, alguns cuidados. Agora não dá”, explica Wanda.
Ela recebe apoio da saúde com vacinação dos animais, inclusive no abrigo que mantém em uma casa de sua família. “Poderia estar alugada, mas de que jeito eu vou parar agora? Não dá para deixar, são tantos animais.”
Abandono sobrecarrega cuidadora
Wanda é um cuidadora tradicional. Profissional de estética, auxiliar de veterinária, vive em Marília há mais de 30 anos. Em 2020 transformou o trabalho voluntário na ONG Presentes de Deus. Foi forma de buscar acesso a mais apoio. Além da ONG, cuida da casa, marido e um filho.
Ela disse que o abandono de gatos preocupava pelos animais mas agora cria riscos a pessoas e sobrecarrega muito sua capacidade como cuidadora.
Com os 30 gatos do CDHU e os animais que já tinha em abrigo chegou per de 70 em abrigo e o consumo de ração foi a quase 20 quilos por dia. Alguns usam alimentação especial por problemas de saúde. É outra situação comum: abandono de animais doentes.
Dois deles têm problemas graves de rins. Ela busca veterinário, soro, remédios. Paga tudo com apoio de amigos, rifas e doações.
O telefone toca quase todo dia com pedidos e indicações. A ajuda não chega na mesma intensidade. O apelo inclui pedido de apoio em recursos para rações.
Ela mantém uma linha de WhatsApp direcionada a atender demandas da ONG – aqui -. Mas você pode fazer doações diretas pelo PIX da ONG com a chave CNPJ 37.730.689.0001-10.
Usa a ração Fabene, que compra com desconto pela quantidade. Assim, doações em dinheiro podem render mais que entrega de outras rações. Também cuida de postagens para programa de adoção responsável.
“Hoje mesmo vai sair um filhote, dos que resgatei no CDHU. Eu me apego a todos e a adoção precisa ser bem orientada. Mas é muito bom ver cada adoção. Eu recebo muitas histórias boas das famílias depois.”