Marília passou meses sem cuidar da capinação, da limpeza e da manutenção de espaços públicos e a combinação das falhas públicas e de muitas más condutas de moradores normalizou situações de sujeira.
Mato, lixo em terrenos, lixo na rua, descarte irregular de embalagens, restos, móveis, galhos e mais espalharam condições de relaxo e atraem problemas, que vão da dengue e escorpiões aos bueiros entupidos em cada chuva.
Há também as perda ambientais como poluição de água e as perdas econômicas como desvalorização, simples estragos de calçadas e asfalto ou do custo mais alto para cuidar do que ficou abandonado.
Descarte indevido, que vai de uma avenida do centro às vias rurais de distritos e terrenos em qualquer bairro, virou conduta comum. Muitos cidadãos trabalhando contra os vizinhos e contra a cidade.
Veio a chuva, calor, estímulo à proliferação de mosquito e encontrou a cidade com sujeira em diferentes pontos. O mosquito agradece.
A prefeitura paralisou serviços de limpeza, sumiu varrição, parou corte de mato até uma licitação mal feita, anulada e que permitiu um contrato de emergência milionária. Quase suficiente para desconfiar do abandono e da licitação.
Sem varrição, há situações exóticas, como uma carga de garrafas quebradas em uma rua de acesso a bairros de classe média alta. Ao lado, uma área pública de uma quadra.
A área está coberta de mato, a calçada em que os restos das garrafas estão há um mês, tem até árvore no meio do passeio. A poucas quadras, um shopping, lojas, restaurante, casas e boa condição econômica. E nenhum serviço de limpeza passa por lá. No final da mesma quadra, um bosque, lançado com festa. As mudas sumiram no meio do mato.
E são exemplos frágeis. Há casos bem piores, especialmente na periferia ou nas zonas rurais. Mas a situação é de casos que explodem na cara de centenas de moradores, trabalhadores, usuários de ônibus todos os dias. Imagine nos pontos em que pouca gente vê.
E limpeza para todos eles hoje depende de um tão falado mutirão, uma gigantesca bengala para apoiar o abandono. O mutirão vem, espera. Enquanto o mutirão não vem, sujeira e abandono ficam normalizados.
A despeito de toda a evolução tecnológica, a cidade corre o risco de uma vassoura, comum assim, ser símbolo para campanha eleitoral. Aconteceu em 1960 e o resultado não foi bom.