Marília

Ação acusa erro médico na morte de músico em Marília

Ação acusa erro médico na morte de músico em Marília

Quase três anos depois do falecimento do músico e professor Cristovam Ruiz, aos 33 anos em Marília, uma ação judicial na 2ª Vara Cível vai discutir acusação de erros médico e imperícia durante o atendimento a que ele foi submetido na Santa Casa da cidade.

A ação é movida pela viúva do médico, Mariana Petrucelli Pires, e em nome do filho do casal. A morte de Cristovam provocou comoção em meio à epidemia de dengue que atingiu a cidade em 2015 e lotou salas de espera de hospitais e clínicas.

Segundo o processo, Cristovam faleceu em virtude de um edema pulmonar agudo que teria sido ignorado porque o músico foi atendido como mais um caso de dengue.

A família de Cristovam pede uma indenização avaliada em R$ 1,3 milhão e aponta a Santa Casa, a Unimed e a médica responsável pelo atendimento, Astrid Jircik, como responsáveis por erros de procedimento que teriam causado o falecimento. O valor inclui porevisão de indenização para a esposa, para o filho e um valor de pensão para a criança.

A leitura das 13 páginas da acusação inicial inclui um relato dos procedimentos entre a chegada de Cristovam ao hospital, às 8h25, e sua morte, registrada quatro horas depois, do dia 26 de março daquele ano.

A repercussão do caso provocou manifestação de pessoas que aguardavam atendimento no hospital e relataram momentos de angústia do músico e sua esposa, que o acompanhava à espera do atendimento.

O caso provocou ainda um inquérito policial para apurar eventual crime, mas a investigação foi inconclusiva e não se transformou em ação penal, o que não impede a ação cível de indenização e eventual reconhecimento ou não do erro médico.

Segundo o processo, Cristovam Ruiz chegou ao hospital às 8h25, recebeu a senha e às 8h45 passou por exame de classificação de risco. Tinha pressão em 9 por 6 e recebeu uma pulseira amarela.

Em uma escala de cinco cores, é o nível intermediário, estabelecido como urgente, com potencial de agravamento mas previsão de alguma espera .

A família diz que o atendimento médico foi iniciado uma hora e 27 minutos depois, às 10h12, em que a médica teria ouvido relato de febre, vômitos, diarreia, dor de cabeça e pressão baixa. Teria receitado hidratação com soro e medicamentos para conter vômito e desconforto.

“Após o atendimento Cristovam apenas piorou, momento em que a médica foi interrompida por uma enfermeira durante outro atendimento”, diz a ação. O músico foi levado para emergência. Às 10h50 recebeu soro com glicose. Às 12h10 soro com adfrenalina e às 12h15  e houve uma série de procedimentos, mas sem efeito. Cristovam faleceu às 12h25.

“Não resta dúvida, portanto, que após breve triagem Cristovam foi recepcionado como paciente com suspeita de dengue, lhe sendo oferecido o mesmo status quanto à gravidade e o mesmo tratamento (soro com medicação), não tendo sido verificado em momento algum um diagnóstico alternativo”, diz a ação judicial.

A direção do hospital informou pela assessoria de imprensa que “a Santa Casa não foi notificada da mencionada medida judicial e por esta razão não tem como se manifestar sobre o caso.

O Giro também enviou mensagens à médica mas ainda não obteve respostas. Quando tiver manifestações oficiais elas serão divulgadas.