Marília

Ação pede devolução de gasto milionário com zeladores em escolas

Ação pede devolução de gasto milionário com zeladores em escolas

Uma ação civil proposta pelo Ministério Público em Marília cobra na Justiça a devolução de R$ 8,5 milhões pagos para a empresa Proseg Serviços Ltda por serviços de zeladoria e vigilância em escolas da rede municipal de Marília na gestão do ex-prefeito Mário Bulgareli.

O promotor Oriel da Rocha Queiroz, pede o bloqueio de bens de Bulgareli e dois ex-assessores como garantia de recursos para pagamento em caso de condenação. Além da devolução do gasto milionário, a ação pede ainda cobrança de multa prevista na legislação.

A empresa não está incluída na cobrança. O contrato questionado na Justiça previa atuação de 120 terceirizados em zeladoria. Segundo o promotor, o inquérito civil aberto para investigar o caso mostrou que o gasto milionário foi um exagero desnecessário porque a prefeitura poderia usar servidores públicos para a função.

“Pouco tempo antes o Município procedeu à abertura do Concurso Público S.A. 10 nº 011/2010, com data de vigência de dois anos,  para provimento, dentre outros cargos públicos efetivos, o de AGENTE MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA PATRIMONIAL”, destaca a ação.

O gasto indevido já havia sido apontado como irregular em análise do Tribunal de Contas do Estado, que mostrou o tamanho do rombo nos cofres públicos com a contratação da empresa.

“No quadro de pessoal existem 94 cargos vagos de agente municipal de vigilância patrimonial, cuja atribuição é praticamente a mesma de zelador. Valor médio contratado por posto de trabalho é de R$ 5.655,15 por mês enquanto que o cargo efetivo tem uma remuneração equivalente de R$ 860,45 por mês. O custo anual foi na ordem de R$ 9.945.244,53”, diz o Tribunal.

Para o promotor, a “gritante disparidade” entre o valor individual mensal contratado e o custo mensal que haveria com servidores deixa evidente que os requeridos provocaram “relevante perda patrimonial e malbaratamento do dinheiro público”.

Além de Bulgareli, respondem ao processo o ex-secretário da administração, José Carlos da Silva, e a ex-secretária da Educação, Rosani Puia Pereira, que assinam o processo de licitação e contratação com o ex-prefeito.