Marília

Acusado em execução de empresário no Fragata pede liberdade; trama tem mais mudanças

Acusado em execução de empresário no Fragata pede liberdade; trama tem mais mudanças

A 2ª Vara Criminal de Marília recebeu e encaminhou para o Ministério Público um pedido de revogação de ordem de prisão preventiva no caso que investiga a morte do empresário Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, morto aos 41 anos no dia 7 de dezembro do ano passado em uma execução à luz do dia no movimentado bairro Fragata da cidade.

Não há detalhes públicos sobre o pedido ou seus fundamentos em um caso coberto pelo sigilo judicial e pela trama quase novelesca que o caso envolve.

A novidade surge no processo oito dias depois de o empresário Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, 61 anos, ser preso e apontado pela Polícia Civil e Ministério Público como o mandante da morte.

Após parecer do Ministério Público, a Justiça em Marília responde o pedido de revogação, que pode ainda ser levado ao Tribunal de Justiça.

Ralf Gaspar é acusado de contratar o ataque como vingança contra um homem que agrediu seu filho após discussão em um supermercado da cidade.

Disse à polícia que encomendou uma surra. Segundo a linha de investigação, o contratado não realizou o serviço e repassou a outro, Anderson Ricardo Lopes, 42 anos. Mais que isso: identificado, esse intermediário deu detalhes à polícia e virou testemunha oculta no caso. Está solto.

Anderson Ricardo, dono de uma longa lista de acusações, acabou preso no Paraná e confessou o crime, mas disse que errou a vítima. Walter Marcondelli foi morto por engano, segundo a denúncia e confissão.

Ralf Gaspar disse à polícia que não teve contato com o matador e nunca pediu que houvesse uma morte. Ele foi representado inicialmente pelo advogado e ex-delegado de Polícia Gilson Quintino de Souza, mas deve ter novos defensores.

Gilson Quintino já comunicou à Justiça seu afastamento mas segundo despacho judicial deve atuar no caso por até dez dias até que seja confirmado a manifestação do acusado, para evitar que haja prejuízos à defesa.

O CASO


Walter Marcondelli foi morto quando chegava para trabalhar em um estacionamento com venda de veículos na rua Dr Reinaldo Machado, ponto movimentado de comércio de carros e acesso na região do Hospital das Clínicas. Caminhava quando um homem em uma moto se aproximou e sacou um revólver.

O atirador trapalhão primeiro perdeu controle da moto. Depois acertou todos os disparos, o último deles já com Walter caído entre a rua e a calçada. Aí voltam as trapalhadas. O atirador teve dificuldade em ligar a moto, deixou a arma cair e abandonou o revólver no local. Fugiu.

Anderson Ricardo Lopes, identificado como o autor, foi considerado foragido da Justiça e preso em Maringá, no norte do Paraná, no final de maio. Tanto em seu primeiro depoimento naquela cidade quanto na manifestação em Marília, confessou o crime e o que seria a trapalhada maior na embaralhada trama: a morte por engano, a vítima deveria ser outra pessoa.