Marília

Adolescente de Bragança internado de helicóptero recebe alta da Santa Casa

Gabriel chegou ao hospital de helicóptero após queimaduras – Divulgação
Gabriel chegou ao hospital de helicóptero após queimaduras – Divulgação

Gabriel de Paula Souza, 13, morador de Bragança Paulista internado na Santa Casa de Marília após um acidente com combustível há dois meses, recebeu alta médica nesta semana. O caso ganhou repercussão depois que Gabriel chegou ao hospital transportado em helicóptero da Polícia Militar.

Gabriel sofreu queimaduras em cerca de 40% do corpo. Ele relatou aos familiares que brincava com dois amigos (‘desenhando’ no asfalto com gasolina e fogo), quando a chama retornou para o vasilhame. Um dos garotos, por desespero, teria chutado o galão e atingido as contas do menino.

Em função do acidente, após a transferência para a Santa Casa, foi submetido a cirurgia para enxerto de tecido e a recuperação superou as expectativas. Desde o início de abril, Joelma estava em Marília e recebeu acolhimento do serviço social da instituição e da equipe da UTQ.

O helicópterpo que levou o menino pousou no campo de futebol do Yara Clube, a uma quadra do hospital, e o transporte até o hospital teve apoio dos bombeiros locais. A doméstica Joelma Aparecida de Paula Souza, mãe de Gabriel, conta que a iniciativa foi um alento para a família.


Gabriel deixa a Santa Casa após dois meses de atendimento – Divulgação

“Os médicos avaliaram que ele sofreria muito risco em viajar de ambulância. Foi feito o contato pelo hospital de lá (Bragança) e ficamos surpresos em saber que ele viria de helicóptero. Se não fosse esse esforço, não sabemos o que teria acontecido”, conta a mãe.

A enfermeira Mey Lanza Chaves, responsável pela equipe de enfermagem da UTQ, explica que o transporte aéreo foi um recurso fundamental para a evolução positiva. Gabriel recebeu tratamento com recursos de alta tecnologia, incluindo curativos com sedação, que amenizam a dor e o impacto psicológico, geralmente verificado em pacientes com queimaduras.

Recuperado do susto e fisicamente reabilitado, Gabriel só pensa em jogar bola e se dedicar ao principal hobby: desenhar.

Ele fez questão de registrar a gratidão aos funcionários, que dois dias após a chegada fizeram uma festa para comemorar seu 13º aniversário. Ele deixou um desenho em homenagem a equipe de enfermagem, exibido com alegria e orgulho pela enfermeira Mey.

“Elas (funcionárias) sabem brincar, distrair a gente, e na hora de fazer o serviço são sérias. Estou feliz por estar indo embora, mas vou sentir saudades das pessoas que cuidaram de mim”, disse o adolescente.

TRANSPORTE ESTRATÉGICO

O uso do helicóptero Águia no transporte médico é um recurso excepcional, em que há risco de grande prejuízo à vida, caso não seja feita a intervenção. Em maio do ano passado, um garoto de 7 anos (morador em Garça), que estava a caminho de São Paulo para um transplante de coração, foi resgatado de um congestionamento na rodovia Castelo Branco (SP-280).

É também muito utilizado em resgates na Capital e Região Metropolitana, devido às dificuldades de deslocamento impostas pelo intenso trânsito. No caso do Interior ou longas distâncias, estes transportes só acontecem para centros que oferecem tratamentos altamente especializados, como é o caso da Santa Casa de Marília.

A unidade de queimados (total de 8 leitos) não se limita à região de referência da DRS IV (62 municípios) e está à disposição do SUS para todo o Estado de São Paulo, por meio da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).

O perfil do paciente queimado, muitas vezes, impõe longa permanência. Durante o ano passado, por exemplo, a UTQ registrou 52 internações. A média de permanência dos pacientes, no ano, foi de um mês. Neste número não estão incluídos internados nas UTIs Geral e Pediátrica (casos críticos), que também receberam terapia de queimados.