O advogado Lucas Emanuel Ricci Dantas, de 32 anos, referência em atendimento e orientação jurídicas para situações de inclusão de pessoas com necessidades especiais, fez história de novo. Obteve uma ordem judicial que autoriza o plantio associativo de cannabis para uso medicinal.
Dantas, que também é professor, enfrenta desafios diários devido à paralisia cerebral, uma condição causada por falta de oxigenação no cérebro durante a gestação.
A história de Dantas ganhou destaque quando ele revelou que, além da paralisia cerebral, desenvolveu artrose no quadril em 2020. Devido a dores intensas, ele começou a fazer uso contínuo de medicamentos anti-inflamatórios.
No entanto, ele conseguiu substituir esses remédios pela cannabis medicinal, que proporcionou uma melhor qualidade de vida.
Dantas e sua equipe protocolaram um habeas corpus para solicitar autorização para o plantio associativo da cannabis. No último dia 8 de julho, a liminar foi concedida. A decião cita promoção de saúde e dignidade humana na oferta de opções em tratamento.
Em entrevista ao Giro Marília, Dantas ressaltou que há um preconceito cultural baseado no desconhecimento dos benefícios medicinais da planta.
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No entanto, ele destacou que a própria Lei de Drogas do Brasil prevê a utilização de substâncias para fins medicinais, não sendo, portanto, um crime.
Quanto ao futuro, em termos legais e de aceitação da sociedade, Dantas acredita que o cenário brasileiro está passando por transformações.
Para ele, em um futuro próximo, o medicamento será legalizado e regulamentado no Brasil, seguindo o exemplo de outros países, como o Canadá.
“Inclusão social se faz com ciência e a proposta é seguir na vanguarda para provocar e participar em novos avanços”, disse o advogado, que além do uso pessoal é um ativista pelo processo de popularização do uso da cannabis medicinal.
Lucas Dantas acompanha equipe de profissionais que atuam com produção, entrega e gerenciamento de serviços ligados ao uso da cannabis, como a Associação Maria Flor, e esteve em comitivas da cidade em encontros em Brasília para discussão da regulamentação do serviço.
