Em meio a uma campanha por acordos com ex-funcionários em ações trabalhistas, representantes legais da CMN (Central Marília Notícias) anunciaram nesta segunda-feira no Fórum Trabalhista de Marília pretensão de reabertura das rádios Diário FM e Dirceu AM, lacradas em agosto de 2016 por atividade clandestina revelada pela Operação Miragem.
O anúncio foi feito por advogados que atuam nos processos com uso de procurações e não apresentam qualquer empresa, empresário ou responsável que vá assumir o controle, as dívidas e mostrar como financiar as empresas ou os acordos trabalhistas.
A notícia foi apresentada durante uma audiência de conciliação em que os advogados da empresa pediram mais prazo para rever c[alculos sobre pagamentos da funcionária. A empresa ja fechou pelo menos dois acordos com ex-funcionários das rádios. Em cada acordo fechado, a empresa, sem qualquer pessoa que assuma ser proprietária, confessa dividas e assume parcelamentos de médio prazo, até dez meses.
Segundo ex-funcionários ouvidos pelo Giro Marília e que estavam no fórum para serem ouvidos como testemunha ou discutir as próprias ações judiciais, não houve perguntas ou questionamentos sobre os donos das empresas, prazos ou andamento de eventuais pedidos para reabertura das rádios.
Também não há qualquer questionamento sobre a origem dos recursos para reabrir as empresas e pagar os acordos trabalhistas.
Além de regularização junto à Anatel, as rádios dependem de recontratar profissionais, pagar dívidas, resolver uma ação de despejo por falta de pagamento de aluguel, débitos em impostos, ações civis de cobrança
Os acordos ainda não chegaram ao jornal Diário de Marília, que também era controlado pelo grupo e foi fechado em janeiro de 2017 na segunda fase da Operação Miragem, que investiga donos ocultos, falsidade, sonegação e outros crimes na gestão e posse das rádios e jornal.
Os processos trabalhistas, assim como uma ação judicial criminal na Justiça Federal, incluem investigação sobre os reais donos das empresas.
Sandra Mara Norbiato, de Ribeirão Preto, que aparece em documentos oficiais como a proprietária, já prestou depoimento em que confessou ser laranja do deputado estadual Abelardo Camarinha e seu filho, o ex-prefeito Vinícius Camarinha.