Marília

Alckmin pede cortes e deputados reduzem orçamento para HC de Marília

Alckmin pede cortes e deputados reduzem orçamento para HC de Marília

O que está ruim pode ficar pior. Depois de crise intensificada, depois de reduzir serviços e depois da promessa de melhorias, o orçamento do governo do Estado para o Hospital das Clínicas de Marília vai despencar em 2017. O orçamento com a redução foi aprovado pelos deputados estaduais governistas na Assembleia Legislativa.

Em 2016, o Governo previa investimento de R$ 78.425.474 nos repasses da Saúde para autarquia HC. Para 2016 este valor vai a R$ 63.661.812. A queda de R$ 15 milhões representa quase 19% em relação aos valores deste ano. A previsão geral do governo é de perda de verbas no próximo ano e o orçamento do Estado está menor, mas a redução geral não chega a 1%. Ou seja, Marília e região sofreram cortes drásticos pára ajudar no controle das contas do governo.

O orçamento do Estado envolve ainda repasses da educação para a Famema, a Faculdade de Medicina de Marília, feitos a partir da Secretaria de Ciência e Tecnologia. E a faculdade teve mais sorte que o hospital. A projeção de investimentos no orçamento vai subir de R$ 35.176.795 para R$ 44.426.606, uma alta de 26%.

É uma boa notícia para a faculdade mas não melhora a situação no Complexo Famema. O orçamento geral do Complexo contando os dois principais repasses vai ficar 5% menor que em 2016. Serão R$ 108 milhões em 2017 depois de projeção de R$ 113 milhões em 2016.

O deputado estadual Abelardo Camarinha (PSB), ex-prefeito de Marília, apresentou duas emendas para ampliar os repasses de verbas ao HC, que atende 62 municípios com procedimentos de média e alta complexidade, mas apesar de ser govenrista e voytar a favor do projeto as emendas foram descartadas e o HC perdeu recursos.

A Assembleia aprovou, com voto de Camarinha, um relatório do deputado João Caramez, do PSDB, sem as emendas para a região. Camarinha  fez um discurso com plenário quase vazio da Assembleia com críticas aos cortes e disse que a falta de recursos impede atendimento humanitário necessário. O deputado lembrou em seu discurso que o governador Geraldo Alckmin foi bem votado na região.

Com o orçamento e os cortes aprovados, medidas de ampliação, modernização ou qualquer melhoria do atendimento no HC vão depender de pedidos esporádicos e novos repasses a serem feitos pelo governo. Entre outros problemas o HC acumula anos sem reajuste de servidores, falta de obras, de ampliação de serviços e modernização de equipamentos.

O orçamento é uma previsão de gastos e aplicação de recursos. Durante o ano os valores podem ser alterados com a abertura de créditos e transferências de recursos. São mudanças que dependem da vontade política, da pressão e da representatividade da região.

Mas a história está contra a cidade neste ponto. Nos últimos anos o governo ignorou pedidos de novos repasses, ignorou protestos e ameaças de greve, não ajudou na recomposição de salários e não permitiu a encampação da Famema por uma das universidades estaduais.youtube