Marília

Alunos e servidores da Unesp param; professores decidem quarta

Alunos e servidores da Unesp param; professores decidem quarta

Uma reunião na próxima segunda-feira deve definir rumos de uma nova greve geral – alunos, servidores e professores- na Unesp de Marília. Estudantes e funcionários já aprovaram paralisação. Os professores estão em “indicativo” de greve, a ser confirmado na quarta-feira, quando uma assembleia vai avaliar o resultado a reunião desta segunda.

Neste encontro, representantes do Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) e do Fórum das Seis, entidades que representam as categorias profissionais, vão decidir rumo de campanha salarial que está emperrada.

Alunos e servidores de diferentes cidades já decidiram paralisação, como Bauru, Assis ou Ilha Solteira. Professores de outras universidades estaduais, USP e Unicamp, também discutem greves.

O governo oferece 3% de reajuste. Os trabalhadores pedem 13% de reposição salarial. Além disso, a campanha envolve reivindicações específicas da cidade, como a contratação de servidores e docentes.

“O campus de Marília está trabalhando com 53% dos chamados profissionais técnico-administrativos. Ou seja, faltam 47% dos servidores necessários”, disse o professor Anderson Deo, 42, presidente da Seção Sindical da Adunesp (Associação de Docentes) em Marília

No caso de professores, além da falta de profissionais existe problema de “arranjos” promovidos pela Universidade, que contrata substitutos, com salários menores, apenas para atividades de classe: aulas e acabou.

“Isso fere disposição constitucional de que as universidades públicas trabalham com ensino, pesquisa e extensão”, explica o professor.


Na prática, significa que os professores dão as aulas mas não participam em projetos de pesquisa, estágios e extensão. Em muitos dos casos essa deficiência extrapola o conhecimento e produção da unidade e aparece para o público, como o CEES (Centro de Ensino e Estágios em Saúde).

Criado para atender os cursos de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional, o centro sofre com falta de pessoal e docentes, apesar dos 20 mil procedimentos de atendimento por ano.

“Um portão direto de acesso não é usado porque falta um servidor para portaria. O centro só funciona, e funciona muito bem, pelo empenho, pela dedicação dos servidores, docentes e alunos. Mas essa lógica leva a um momento em que vai prejudicar o atendimento”, explica o professor.

Caso os professores confirmem a paralisação, será a segunda greve em dois anos, quando a universidade caminhava para uma normalidade de calendário. Na paralisação de 2014 foram quase 120 dias de greve, que provocaram reposição de aulas que invadiu momentos de férias, suspensão de aulas e outras atividades.