A Câmara de Marília pegou carona na polêmica sobre o malfadado projeto de aumento do IPTU e divulgou nota nesta terça-feira com críticas ao pedido de reajuste de tarifas de ônibus na cidade. Embora o reajuste não dependa de autorização dos vereadores, a nota faz um “anúncio público” de que os vereadores são contra a medida.
O pedido está atualmente com o SAF (Serviço de Fiscalização do Transporte Coletivo Urbano de Marília), que deve emitir parecer sobre o reajuste para decisão do prefeito Daniel Alonso.
As empresas esperavam uma definição até esta semana, mas eventual encontro para definir as tarifas só deve acontecer em 13 de novembro. A rejeição do pedido por abrir uma disputa judicial e novas áreas de impasse com as empresas, que alegam necessidade de equilíbrio financeiro-econômico do contrato e dois anos sem reajustes.
O pedido, protocolado pela AMTU (Associação Mariliense de Transporte Urbano), em nome das empresas Grande Marília e Sorriso de Marília, prevê reajuste dos atuais R$ 3,00 para R$ 3,70. As empresas culpam ainda o aumento do impacto das gratuidades – como descontos a estudantes e idosos – que representariam 40% das viagens, como justificativa para o reajuste.
“Este aumento, se aprovado e encaminhado pelo Serviço de Fiscalização do Transporte Coletivo Urbano de Marília irá prejudicar o orçamento doméstico da população. A gente queria duas empresas para concorrerem entre si e elas acabaram se associando”, disse o presidente da Câmara, Wilson Damasceno, na nota divulgada pelo Legislativo.
Segundo a Câmara, as empresas reduziram custos com medidas como a demissão de 300 cobradores e “estão brigando para não conceder aos estudantes a validade do passe de estudante em horário integral, o que é um absurdo”.
A nota cita ainda os reajustes concedidos durante o mandato do ex-prefeito Vinícius Camarinha e destaca que a decisão não é dos vereadores.
“A Câmara não tem poder deliberativo sobre o preço da passagem, apenas opinativo, mas nos posicionamos contrários a qualquer aumento de impostos ou tarifas, neste momento”, declarou o presidente Damasceno.