Menos de 24h depois de pais e alunos ocuparem a Escola Estadual Maria Izabel Sampaio Vidal, no distrito de Padre Nóbrega em Marília, o prefeito Daniel Alonso esteve pela primeira vez em encontro com as famílias no distrito e descartou a transferência de estudantes e o fechamento da unidade. Ele disse ainda que essa era sua primeira manifestação oficial sobre o caso, apesar de dirigentes e professores da escola divulgarem que havia um ofício dele pedindo a entrega do prédio.
Ao discursar para os presentes, Daniel garantiu que a situação dos alunos atualmente matriculados não passará por nenhuma mudança. Porém, ele pontuou que para novas matrículas, os estudantes terão de estudar na cidade, com transporte fornecido pela Prefeitura, até que duas escolas em construção próximas ao bairro sejam entregues.
Quando perguntado sobre o ofício que pedia a entrega do prédio, Daniel lamentou que “trâmites administrativos internos” tenham sido interpretados “da forma mais ruim possível”. Segundo a Prefeitura, o ofício tratava-se de uma mera solicitação em razão da possibilidade de municipalização, voltado ao estudo técnico de implementação desse processo.
Daniel mencionou também que o ofício resguardaria a Prefeitura em frente ao Ministério Público, caso confrontada com a responsabilidade sobre crianças que precisam ser antedidas pelo município. “Ele é, de uma certa forma, uma proteção”, alegou. “Mas mesmo que o ofício viesse a ser tramitado, efetivado, numa devolução do Estado para o Município, isso não significaria o desalojamento de vocês”, pontuou ao final do discurso.
Pais e alunos começaram a receber informações sobre um possível processo de municipalização da escola em maio do ano passado. No encontro desta manhã, as famílias alegaram que tentam contato com a Prefeitura desde agosto. Nos últimos dias, alguns alunos chegaram a ser transferidos segundo os sistemas, em completo silêncio da administração municipal, com os pais descobrindo as transferências pela internet.
A municipalização excluiria do bairro as salas do segundo ciclo do ensino fundamental, afetando aproximadamente 210 estudantes do 6º ao 9º ano. Esses alunos seriam transferidos para unidades com até dez quilômetros de distância do bairro. Na reunião de hoje, a Prefeitura assegurou que todos os alunos que não têm intenção de deslocamento seguem matriculados na escola Maria Izabel.