Os alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Marília (Unimar) visitaram o centro histórico de Londrina durante a “Caminhada Artigas”. O objetivo foi conhecer prédios projetados para levar modernidade à cidade durante a década de 40, principalmente as obras de um dos arquitetos mais importantes do país, o Vilanovas Artigas. A visita técnica encerrou as programações da Semana Acadêmica do curso.
A cidade de Londrina é um importante eixo que liga a região sudeste ao sul do país e uma das principais, no setor econômico e industrial do norte do Paraná. A caminhada que teve a participação de 96 acadêmicos, de todos os anos do curso, foi idealizada após o convite de Rafael Rodrigues, docente que atua em uma faculdade em Londrina e que há anos estuda os prédios históricos da cidade, a maioria projetada por Vilanovas Artigas. Segundo ele, apenas com a visita in loco os acadêmicos da Unimar iriam compreender como as construções que foram essenciais para a cidade.
“A modernidade de Londrina é estudada em livros porque tem características muito marcantes, principalmente entre as décadas de 40 e 70. Ela pode ser estudada, pode ser replicada em municípios de nossa região, como o modernismo de Marília. Londrina é uma cidade fascinante e pouco explorada”, relata Rafael.
Segundo o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, o professor Fernando Netto, não havia como recusar ao convite do professor Rafael, porque todos sabiam da importância e enriquecimento cultural que seria adquirido na visita. “Londrina é uma cidade que tem a tradição do movimento moderno e de poder trazer estas questões. Nós vivemos num país que não tem a tradição da cultura e de preservar os prédios. Muitas pessoas acham que é museu, acham que é velho. Infelizmente é o mesmo tratamento que algumas pessoas dão para os idosos dão para as obras de importância fantástica”, comenta Fernando.
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A visita técnica começou no Museu Histórico de Londrina, instalado na antiga Estação Ferroviária. Os acadêmicos tiveram a oportunidade de conhecer a história da cidade e fatos históricos que marcaram o desenvolvimento. A segunda parada da caminhada foi no Cine Ouro Verde, prédio inaugurado em 1952 e projetado por Villanova Artigas. O período de ouro do prédio foi no auge da exploração cafeeira. Em 1978 foi adquirido pela Universidade Estadual de Londrina, mas em 2012 foi tomado por incêndio de grandes proporções que destruiu todo o edifício. O prédio passou por restauração e em 2017 foi reinaugurado.
O terceiro ponto da visita foi a antiga Casa da Criança, que atualmente abriga a Secretaria de Cultura de Londrina. O prédio também projetado por Villanovas Artigas, mas com a contribuição de Carlos Castaldi foi o local da primeira creche pública da cidade. E a última parada foi na Antiga Estação Rodoviária que foi um marco pela estrutura arrojada, mas que nunca passou por restauração.
De acordo com o Professor Fernando, mais que enriquecimento cultural, os acadêmicos tiveram a oportunidade de resgatar valores e entender a importância da cultura para a população.
“A importância de trazer os nossos alunos aqui para Londrina é para dar importância ao patrimônio e de resgatar valores. Eles puderam ver as obras de Vilanovas Artigas, que trazem essa cultura e essa quebra de paradigmas. Para o interior muitas pessoas falam que é um falso modernismo ou que é um modernismo de fachada, mas eu vejo como um modernismo que traz esta nova linguagem com estes novos valores”, ressalta Netto.
