Há uma semana, voluntários do projeto Semear cobraram de forma pública uma promessa engavetada que se arrasta de forma velada há dois anos: O asfalto na rua da entidade.
Não houve resposta. Entre as muitas notícias recheadas de “Daniel faz”, “Daniel consulta”, “Daniel lança”, não apareceu nenhuma com um “Daniel pede desculpas”, ou “Daniel admite atraso mas obra vai sair”.
Uma semana depois as crianças estavam lá, na rua de lama, esperando outras crianças que iriam entregar doações de brinquedos, participar de ações comunitárias. E todas elas perderam a viagem.
O ônibus não chegou na entidade. Os organizadores acharam melhor não obrigar as crianças a descer a rua andando na lama. Tudo isso por uma doação adiada? Não…tudo isso por dois anos de promessa vazia e de um conjunto da obra que deixa rastro delas. Tudo isso para mexer com a memória coletiva
Assim como o asfalto do Semear, a valorização e respeito aos servidores naufragou faz tempo no escalonamento e atrasos de salários. E a justiça está aí para comprovar. A falta de recuperação do Ipremm e atenção aos aposentados são os casos mais graves.
E isso tudo sem falar de uma promessa repetida e engavetada desde 2017: o Plano de Carreira. Deveria sair em 90 dias após a posse, depois em 2018, depois em 2019 e o orçamento de 2020 chegou à Câmara sem previsão de que a promessa seja cumprida.
Enquanto o Semear esperava uma resposta para a falta de asfalto, repetiram-se queixas de aliados da campanha de 2016 que foram deixados pelo caminho, com nomes como o vice-prefeito e um dos coordenadores da campanha, por causa de compromissos não cumpridos.
Até onde a memória da vida política de Daniel Alonso permite acompanhar, isso começa em 2012 quando ele assumiu a Acim com a previsão de que não faria trampolim político, mas deixou o cargo para ser candidato. Vá lá, digamos que foi motivo de força maior, um clamor pela mudança.
Foi o mesmo clamor que criou a frente de oposição em 2016. Por algum motivo a esclarecer, a frente fez a campanha foi Daniel quem ganhou e ponto.
A frente não subiu a escada com o prefeito eleito, que, ao contrário, cercou-se novos amigos, muitos deles vindos do grupo do ex-prefeito Abelardo Camarinha
Não cumpriu a promessa de acabar com comissionados, não cumpriu a promessa de transparência total, não cumpriu compromissos para a campanha eleitoral de 2018, quando mais uma vez trocou amigos e aliados.
A cidade está em meio a um projeto de contenção de gastos enquanto busca sem qualquer debate público um empréstimo que vai usar o maior recurso federal como garantia. Não avança em questões como destinação do lixo ou ciclovias.
Segue na mais velha e repetida onda de o que é bom o prefeito fez, o que é ruim é culpa da crise, da situação do país, do mundo todo.
Ainda tem um ano pela frente.
Mas será um ano de campanha, de previsíveis novas promessas de todos os lados, de pouca memória do eleitor e de um debate que já começa centralizado em uma discussão rasa sobre qual seria o risco maior: seguir com Daniel ou voltar ao grupo de Abelardo Camarinha.
A maior promessa de Daniel segue longe de ser cumprida, mudar o jeito de fazer política na cidade.