O chefe de gabinete da Prefeitura de Marília, Márcio Spósito, disse na abertura de seu depoimento à CPI da Carne Estragada na Câmara nesta quinta-feira que ‘desconhece’ reunião em que teria provocado uma ordem moer e ampliar aproveitamento de carne para a merenda escola. Também negou que o gabinete fizesse qualquer interferência sobre a gestão da merenda
É mais um depoimento para contradizer o ex-secretário da Educação, Roberto Cavallari Filho, disse em depoimento à Comissão que a medida foi definida em encontro no gabinete com participação do prefeito Daniel Alonso e do chefe de gabinete, que hoje negou participação na discussão.
O trabalho de descongelamento para moer e novo congelamento de parte de uma remessa de sete toneladas de carne é apontado como um dos fatores para perda de sete toneladas de alimento na Cozinha Piloto em janeiro deste ano.
O depoimento foi rápido e acrescentou poucas novidades ao caso. Spósito deixou a sessão da CPI sem conversar com jornalistas. O prefeito Daniel Alonso já havia negado a reunião
Márcio Spósito deve ser a última testemunha a ser ouvida na CPI, que caminha agora para produção de relatório. O texto deve apontar que a perda da carne se deu por comprometimento das porções que foram devolvidas à câmara fria depois de serem descongeladas.
Houve pelo menos dois procedimentos nesse sentido. NO primeiro, parte da carne entregue congelada e em cubos foi descongelada e moída para envio a escolas e entidades de atendimento social. A carne moída não enviada foi congelada novamente.
O segundo é ainda mais grave do ponto de vista de conservação. A carne já manipulada foi enviada às escolas e parte do lote não utilizado teria sido devolvido à cozinha e recongelado, dias após o degelo e transporte.
A CPI indica conclusão de que a carne moída ficou comprometida e por estar armazenada com o resto todo lote todas as sete toneladas foram descartas e enviadas a uma fábrica de ração.
Uma sindicância na prefeitura culpa duas servidoras pelos procedimentos. O ex-secretário disse que os servidores só cumpriram ordens definidas no gabinete e diz que quando ele e sua equipe deixaram a Educação a carne seguia guardada e em boas condições. A perda da carne aconteceu quase uma semana depois.