O susto virou. Depois de pegar a cidade e a Câmara de surpresa com uma proposta de reajuste de até 30% no valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) o prefeito Daniel Alonso (PSDB) descobriu nesta segunda-feira um racha na base de apoio e uma crise com a Câmara. O projeto caminha para ser rejeitado mas antes que isso aconteça a administração deve enviar nova proposta ao Legislativo.
Depois de vereadores governistas tornarem públicas posições contra o projeto, um evento no auditório do gabinete nesta segunda-feira revelou que a secretaria da Fazenda já prepara um novo projeto, com mais informações para sustentar a proposta, mas também mostrou que o aumento deve ser rejeitado pelos vereadores.
Mais que o racha e debates, a ideia pode virar mais um grande ponto de desgaste para a administração municipal. José Luiz foi o primeiro governista a verbalizar e tornar pública uma reação comum na base. Foi às redes sociais para anunciar que vai votar contra o projeto.
O anúncio de um novo projeto, que já estaria sendo produzido, foi uma tentativa de resposta à reação negativa. Mas não a crise passa longe de ser resolvida.
Além da impopularidade e da rejeição à ideia de jogar a conta para todos os moradores, o aumento de imposto foi muito criticado pela forma como foi apresentado.
A prefeitura não fez qualquer debate público, qualquer anúncio, antes de enviar o projeto para a Câmara. A proposta atual prevê aumento de 10% para 2018, mais 10% para 2019 e mais 10% para 2020. Além disso, o imposto sofre as correções anuais pelo índice da inflação.
A justificativa oficial, apresentada em uma curta exposição de motivos, é a falta de recursos na prefeitura e atrasos nas contas públicas.
Enquanto o substitutivo não chega à Câmara, duas audiências foram marcadas – para os dias 21 e 28 de novembro – para que a Secretaria da Fazenda faça exposição pública de motivos para o aumento. Só depois das audiências o projeto deve entrar em votação.