Um celebração da cultura brasileira inspirada em um dos seus personagens mais famosos e queridos, o Saci. É assim que começa hoje na cidade o Sarau do Saci, um programa de atividades com dias de apresentações que incluem música, roda de capoeira, poesia e teatro. O evento chega à sétima edição e ganha as ruas. É a mais extensa, terá pelo menos duas grandes atrações convidadas e uma noite de shows na avenida das Indústrias, na feira livre noturna.
O Sarau acontece junto à a comemoração do Halloween, uma tradição dos Estados Unidos que todos os anos ganha força no Brasil como uma festa de bruxas, monstros, cabeças feitas de abóboras. O encontro das celebrações não é coincidência. O projeto foi criado para fazer o contraponto ao halloween. “Não precisamos desprezá-lo, mas é importante valorizar o que temos por aqui”, diz João Paulo Francisco de Souza, idealizador e curador do Sarau do Saci.
– Confira a programação completa
Nesta edição a programação vem repleta de apresentações oriundas do nordeste brasileiro, com três destaques. Hoje tem “Os Angoleiros do Sertão”, tradicional escola de capoeira que apresenta também o samba de roda rural, considerado patrimônio cultural imaterial pela Unesco, e o Forró Juntinho, para ouvir e dançar. Amanhã (quinta-feira, 30), a festa é na feira-livre da avenida das Indústrias, com show do sanfoneiro Chambinho do Acordeon (foto), a partir das 19h30.
Professor e pesquisador, mestre em Literatura e Vida Social pela Unesp de Assis, João divide sua produção entre a organização do Sarau durante todo o ano, um doutorado em Educação no curso de pós-graduação da Unesp de Marília, além de trabalhar como Professor Coordenador Pedagógico do CEEJA, (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Marilia), mantido pela rede estadual de ensino.
João conta que o crescimento do projeto é o sinal maior de que o público está aberto a estas manifestações. O Sarau começou com dez pessoas e um grande show de encerramento do Grupo Mucunã, um referência musical em Marília e região. “Nas últimas edições precisamos nos deslocar para novos espaços em razão, entres outras, pela grande quantidade de público presente.”
Para ele, a maior contribuição é poder ver crescer o público que aprecia a cultura brasileira. “Na verdade, esse público já existe, porém não tem muita oportunidade de ver num único evento tanta diversidade cultural, como acontece no Sarau do Saci. A cultura de massa é uma realidade. Precisamos de mais saraus e mais visibilidade para não perdermos nossas raízes e nossas características culturais.”
Os sete anos e o crescimento do projeto deram ao Sarau do Saci um status de evento formativo. “Hoje, muitos artistas gostam de ver seus nomes associados ao Sarau, assim como as empresas e pessoas que apoiam o evento. Em geral, há uma importante mudança de paradigma que este movimento cultural promove, reunindo público diverso e artistas de variadas linguagens artísticas”, destaca João Paulo.