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Senta Pua, 16, mostra rock com maturidade e faz escola

Senta Pua, 16, mostra rock com maturidade e faz escola

Uma festa universitária na Unesp de Marília no final dos anos 90 distribuiu panfleto com a programação do evento e a curiosa participação da banda “Calabresa 1,99”. Foi a primeira e única do grupo, que nunca existiu a não ser como brincadeira do vocalista.

Mais que uma memória bem humorada, a noite revelou uma banda que faz história, já serve como madrinha a outros grupos e viveu diferentes fases do cenário musical em Marília sem perder a pegada, união de fundadores e a vontade de tocar rock ao vivo.

A banda é a Senta Pua, uma “decana” do rock na cidade, com 16 anos de estrada, ensaios semanais e shows pela noite.  O nome é reverência ao símbolo e grito de guerra adotados pelo primeiro grupo de aviação de caça do Brasil na segunda guerra mundial.

O Giro Marília acompanhou um desses ensaios no Garage Stúdio – empresa de um dos integrantes, Guilherme Dal Monte, guitarrista – onde eles se reúnem todas as quartas-feiras à noite. Mais que um ensaio, foi um passeio pela história do grupo, com direito a risadas, lembranças, revelações e explicações, algumas censuradas pela banda, a maioria de muito bom gosto e aprendizado.

O Senta Pua hoje toca com Guilherme, que além de guitarrista é empresário, Josmar Bernardo, guitarrista, músico e funcionário de uma multinacional na cidade, Rogério Guelfi, baterista que é músico e sociólogo; Ivan Ribeiro, baixista e empresário e Marco Aurélio, vocalista, também empresário.

Da primeira apresentação, apenas Josmar e Rogério seguem na banda, que aliás começou com eles. Guilherme entrou poucos dias depois e também está na estrada há 16 anos.

Cleber, o vocalista da primeira apresentação, deixou a formação mas nunca afastou-se totalmente do grupo. Não esteve no ensaio, mas dias antes, no sábado, esteve com a  Senta Pua em apresentação na festa de dez anos de outro grupo, o Poderoso Chefão.

“Poderoso é meio que um afilhado nosso”, conta Guilherme. “A primeira vez que eles tocaram foi em um show nosso. Em um intervalo dissemos, toca lá, eles tocaram quatro músicas. Foi como fizeram com a gente, quando começamos, em um show do Madra. Quisemos dar continuidade a esse tipo de relação”, explica.

Com tanto tempo de estrada, o cenário do rock mudou muito? “Mudou e para pior”, diz Guilherme. O avanço de diferentes ondas de sertanejo universitário reduziu o espaço das bandas e o volume de shows.

A banda viveu momentos de meses de shows contratados, agenda cheia toda semana, mal dava para guardar os equipamentos. Momentos como ser banda oficial de casa noturna na cidade e ter até 1.200 pessoas no público.

O Senta Pua sobrevive às diferentes ondas com tradição de pegada nos clássicos aliada a uma visão de acompanhar novidades. Toca músicas cover de diferentes linhas do rock.

“Enquanto a gente foi acrescentando viu aparecerem mais shows, com maior estrutura, maior retorno de público”, fala Josmar. E mesmo músicas com perfil mais pop ganham pegada forte . É uma banda de rock. O público agradece e os shows aparecem na cidade e em diferentes cidades da região.

O Senta Pua também tem músicas próprias, algumas com até sucesso a comemorar. A banda integrou coletânea de grupos da cidade e conseguiu destaque, a ponto de colocar uma música em produção nacional que acompanhou marca de moda jovem. Marco, o vocalista, mostra vontade de aumentar essa relação de músicas próprias. “Tenho algumas em criação, gosto de manter produção própria.”

Os sons próprios e covers podem ser acompanhados pela página da banda no soundcloud (https://soundcloud.com/senta-pua). Mas fica muito melhor nos shows. Então fique de olho na agenda, as apresentações estão sempre aparecendo.