Marília

Bebê internado há dois anos é batizado em hospital de Marília

Bebê internado há dois anos é batizado em hospital de Marília

Kauê da Silva, um bebê internado  há 790 dias, foi batizado na ala de pediatria da Santa Casa de Marília em  cerimônia foi feita pelo padre Cléber Polizer, responsável pela Paróquia Santa Isabel. A medida atende um pedido da família, católica.

O menino foi internado aos três meses, em setembro de 2014, em consequência de doenças neurológicas e complicações respiratórias. Depende de respirador artificial, ligado de forma permanente, em atendimento todo financiado pelo SUS.

A família é de Ipaussu, a 124km de Marília. É o segundo filho de Rita de Cássia Pereira da Silva, que se desdobra entre as visitas e os cuidados com a filha mais velha, de quatro anos.  

“Deram a opção do batizado completo. Eu disse que sim. Então o padre trouxe água e tudo. Pediram até para eu escolher os padrinhos. Teve roupinha comprada pela madrinha, tudo que teria dentro de uma igreja”, disse Rita.

Ela explica que o batismo significa uma proteção espiritual para a criança. “É muito importante para nós. Fiquei emocionada com a possibilidade de batizar aqui no hospital porque, até agora, a Santa Casa tem sido uma casa para ele. O Kauê é muito forte e está melhorando muito. Estamos confiantes que em breve vamos embora”, afirma.

A assistente social Clotilde Clotilde Carvalho de Souza afirma que a internação de Kauê é a mais prolongada da Pediatria desde que trabalha no hospital (17 anos). Segundo ela, famílias com pacientes em longa permanência estabelecem vínculo ainda maior com a equipe do Serviço Social, médicos e demais funcionários.

“Entendemos que a atenção e o cuidado têm que ser integrais. Nosso papel é apoiar em todas as situações possíveis, para minimizar o impacto social da hospitalização. Recentemente, recebemos esse pedido (batismo) que não é tão comum e procuramos o padre”, relatou Clotilde.

O pároco, que também se emocionou com a celebração, relatou que em 37 anos de sacerdócio não havia feito e nem testemunhado, batismo completo (com todos os paramentos) em hospital. Ele parabenizou a Santa Casa pela iniciativa de humanização. “Ficamos muito felizes por essa oportunidade. O importante é que a criança receba o sacramento e as bençãos de Deus”, declarou o sacerdote.

Deborah Milani, encarregada de hotelaria e integrante do Grupo de Humanização da Santa Casa, explica que os pacientes que ingressam no hospital tem a opção de declarar a religião que professam. Dessa forma, sob autorização e acompanhamento da família, é possível receber visitas religiosas e, em casos específicos, celebrações como a de Kauê.