A crise na Venezuela se agrava e por mais que ainda tenha ideologia de esquerda, não dá para defender um regime ditatorial como alguns esquerdistas fanáticos estão fazendo. Não se trata de ser contra o “imperialismo” estadunidense e a favor do socialismo, a questão é que o regime do presidente Maduro já atravessou a linha tênue da democracia e entra em uma ditadura.
A crise política e econômica no Brasil estagnou do lado dos vencedores e a não ser que o Temer insista nesse negócio de aumentar imposto mexendo com o empresariado que ajudou a derrubar a Dilma, tudo continuará como está até 2018. Não se trata de ser petista, a questão é que a maioria dos políticos perderam totalmente vergonha. Essa reforma política, o chamado “distritão” será a pá de cal nessa democracia política fajuta que estamos enfrentando.
A questão venezuelana é mais simples, já ocorreu a primeira revolta em um quartel daquele país, rapidamente sufocada pelas tropas do governo. Milhares de prefeitos estão sendo presos, acusados de serem contrários a nova Constituição. Não irá demorar para que cada vez mais militares passem a agir da maneira correta e deixem de reprimir os manifestantes. Assim como não existem tantos interventores para o Maduro colocar no lugar dos prefeitos que agradem toda a população.
A questão brasileira é mais complexa. Em 1964, Castello Branco assumiu o Brasil como presidente tampão do governo Jango, deposto pelos próprios militares. Cinquenta e dois anos depois, o Temer também assumiu como presidente tampão do governo Dilma, deposto pela classe média e rica desse país. Agora, não vejo a possibilidade de os militares assumirem novamente, fecharem o Congresso e instituírem novas eleições para daqui noventa dias.
No futebol, o Brasil sempre foi superior a Venezuela. Hoje na política as coisas estão se confundindo. A única diferença é que lá existe uma ditadura quase declarada, quanto que aqui, existe um parlamentarismo disfarçado e na última vez que o Brasil teve um Primeiro-Ministro foi ainda no governo Jango que sucumbiria pelo Golpe.