Marília

Cachorra vacinada morre de cinomose; dona deve pedir investigação

Cachorra  vacinada morre de cinomose; dona deve pedir investigação

A epidemia de cinomose, uma doença que afeta cães e pode ser fatal, fez mais uma vítima em Marília: Kiara, uma cadela de quase cinco anos. O problema é que Kiara tomou todas as vacinas e vivia cuidada e abrigada na casa da fisioterapeuta Daniela Sato próximo ao Shopping Aquarius, zona norte de Marília. Para a dona, o caso deixa uma suspeita grave: má qualidade ou má conservação – sem fiscalização – das vacinas.

Não há garantias de que todas as clínicas veterinárias mantenham este padrão, especialmente a partir do final do ano, quando a cidade repetiu casos de panes elétricas – com corte de luz e com as ondas de calor.

A fisioterapeuta já procurou apoio de ONGs de proteção animal – inclusive advogada – para pedir orientação e apoio: quer uma investigação, mesmo que tenha de ser com pedido judicial, sobre a vacina e as condições de armazenamento na cidade.

Daniela ficou impressionada com a contaminação e ainda mais com a evolução. Com todos os cuidados, todo atendimento em clínica particular, a Kiara morreu em uma semana, nesta quinta-feira. Daniela postou um longo e emocionado texto nas redes sociais, mostrando sua tristeza com o caso e disseminando informações sobre a doença.

A fisioterapeuta adotou a cachorra em setembro de 2013, depois que Kiara foi deixada amarrada em uma árvore próxima ao abrigo de uma das ONGs de proteção de animais da cidade. Estava com carrapatos, feridas, anemia e suspeita de parvovirose, outra doença fatal.

Por orientação veterinária, tratou de todos os problemas antes de vermifugar, castrar e vacinar, o que só foi possível em agosto deste ano. Nas últimas fotos, no final de 2014, Kiara aparecia forte e feliz. A doença e morte rápida surpreenderam a família.



Comprovante de vacinação: não funcionou

Vários bairros apresentam casos de cinomose e parvovirose. Contra elas e contra as suspeitas de problemas nas vacinas e clínicas há poucas saídas. A cidade não mantém programas públicos de controle de saúde animal e não há informações sobre o padrão de fiscalização destes medicamentos.

Os projetos de saúde pública são focados em doenças animais que possam ser transmitidas ou afetar os humanos, como a leishmaniose, a raiva ou a dengue. A cinomose só mata os mascotes, mas começa a virar um problema com a crescente onda de casas que abrigam, cuidam e tornam seus animais membros das famílias.