O ano de crise histórico no Complexo Famema vai terminando como previsto: mal. Os funcionários ficaram sem pagamento do 13º salario, que deveria ter a primeira parcela depositada nesta segunda-feira (30) mas não foi paga por falta de repasses do governo do Estado.
A diretoria do Complexo esteve na capital negociando o pagamento mas não há previsão de liberação das verbas e nem de regularização. O atraso foi comunicado aos trabalhadores em uma carta, mas a possibilidade de o pagamento não sair já vinha sendo discutida internamente há dias.
A medida provoca danos extras: além do desgaste e insatisfação dos funcionários, o atraso cria novos gastos em correções, além do risco de multas e outras punições trabalhistas.
O atraso de pagamento é mais uma parcela da conta paga pelos trabalhadores, que já ficaram sem reajuste para reposição da inflação e acumularam durante o ano situações de dificuldades com falta de funcionários, de material e excesso de pacientes.
Pior. Como resultado de um emaranhado de sistemas de gestão, alguns funcionários receberam. São profissionais ligados à autarquia Famema, a Faculdade de Medicina e Enfermagem, onde havia previsão de recursos. O Complexo envolve ainda funcionários de duas fundações municipais, a Fumes e Famar, que não pagaram.
As duas fundações dependem exclusivamente dos pagamentos e repasses a serem feitos pelo Governo do Estado. Durante todo o ano a diretoria do Complexo denunciou corte de repasses que levou a uma crise sem precedentes, provocou redução de serviços e perda de atendimento por empresas e profissionais terceirizados que não foram pagos.
Em julho o governo do Estado anunciou um pagamento emergencial para superar rombo milionário das contas do complexo.
Veja a íntegra da carta enviada aos funcionários para oficializar o atraso:
“Apesar de todos os esforços envidados para atender à demanda de pagamento da 1ª parcela do 13º salario não obtivemos até esta data confirmação dos repasses a que fazemos jus destinados à cobertura para este fim, para os funcionários Fumes não optantes e Famar. Esclarecemos aos funcionários optantes da Autarquia Famema que o pagamento da 1º parcela do 13º salario será parcial, já que os repasses são originários diretamente do tesouro Estadual.
Encarecemos respeitosamente a todos que tenham paciência, clareza e sensibilidade para entender o momento indesejável que vivemos no país.
Continuaremos incansavelmente à busca desses recursos para atender a justa necessidade de todos com a maior brevidade.
Agradecemos a compreensão
Dr Everton Sandoval Giglio
Diretor Presidente – Famar
Prof Dr Ivan de Melo Araujo
Diretor geral em exercício – Famema”