A atual presidente do Ipremm (Instituto de Previdência do Município de Marília), Mônica Regina da Silva, e a ex-presidente, Nadir Aparecida Martins, apontam calotes nos repasses mensais, reparcelamentos e omissão diante de pedidos do órgão como causas para o rombo financeiro milionário do instituto.
As duas foram as primeiras autoridades a prestar depoimento para a CPI do Ipremm criada na Câmara. Em nota sobre o resultado dos depoimentos, o presidente da Comissão, Mário Coraíni Júnior, culpou os ex-prefeitos pelo rombo.
“A dívida está assombrosa, um montante exagerado…foram eles (ex-prefeitos) que deixaram de pagar a cota do Ipremm para gastar em outras despesas”, disse Coraini.
Além das informações genéricas sobre calotes nos pagamentos em mandatos passados, os depoimentos das duas dirigentes apontaram situações diretas em que o ex-prefeito Vinícius Camarinha ignorou pedidos e necessidades do Ipremm.
Segundo a atual presidente, por dois anos consecutivos o ex-prefeito Vinícius Camarinha (PSB), deixou de enviar para a Câmara projetos de Lei para implementação de alíquotas suplementares pedidas pelo órgão.
Já a ex-presidente, que ocupou o cargo por nomeação de Vinícius, disse que ia todos os meses à prefeitura, informar sobre a situação financeira do instituo e buscar soluções e ajuda mas sequer era recebida pelo ex-prefeito.
“O ex-prefeito (Vinícius Camarinha) nunca nos recebia, apenas os secretários da fazenda (Sérgio Moretti) e planejamento econômico (Rodrigo Zotti de Araújo) nos recebiam. Durante uma dessas reuniões, o ex-secretário, Rodrigo Zotti, disse que, diante da situação financeira caótica, o Ipremm deveria ser extinto”.
Mas nem só dos calotes vive a crise do Ipremm. Mônica Silva lembrou as implementações de carreiras e abonos sem nenhum estudo de impactos financeiro e previdenciário
Entre 2013 a 2017 a folha de pagamento do instituto, mais que dobrou de valor e passou de R$ 3 milhões para R$ 7 milhões. Sem repasses normais, o Ipremm passou a usar recursos do Fundo que deveria garantir o futuro do Instituto
A CPI deve ouvir novos depoimentos na próxima quarta-feira, 22, com participação dos ex-presidentes Nelson Rodrigues de Mello e Nilma de Oliveira Luiz, às 14h e às 15h30, respectivamente, na sala Nasib Cury, no prédio da Câmara Municipal.