A Câmara de Marília faz nesta segunda-feira, dia 4, às 11h, uma sessão extraordinária com apenas um projeto na pauta: aprovar resolução para promover sessões virtuais. Será primeira sessão após a crise interna que provocou renúncias e esvaziamento da mesa diretora, além de racha no bloco governista com isolamento do presidente da Casa, Marcos Rezende.
A realização da sessão envolve alguns sinais de paz entre os dissidentes. Evandro Galete e João Diniz, secretários na Mesa Diretora que renunciaram aos cargos, aceitaram assinar com Rezende o projeto e possibilitar a sessão.
A medida foi possível com algum apoio da crise do coronavírus. Sem atividades formais por conta das medidas de controle, os pedidos de renúncia não teriam chegado oficialmente à mesa do presidente da Câmara.
O Giro Marília apurou que na composição para assinatura do projeto houve conversas sobre eventual desistência das renúncias, sem acordo.
A situação abre um rombo na organização do Legislativo. A oficialização da sessão pode representar também a confirmação das renúncias, o que deixaria a Câmara da cidade sem Mesa Diretora formada.
O quarto secretário, José Carlos Albuquerque, que também renunciou ao cargo, é um dos envolvidos na formação dos blocos dos dissidentes.
E não foi apenas na demora em tramitação das renúncias que a quarentena ajudou. A falta de atividades deu prazo para articulações na busca de um acordo, o que já teria evitado uma nova renúncia de ocupante da Mesa.
Além disso, o Giro apurou que houve intervenções do prefeito Daniel Alonso para negociar a paz no Legislativo.
O projeto para aprovação das votações virtuais vai permitir que a Câmara retome andamento de projetos de interesse da prefeitura e da própria Casa, além de reabilitar a participação dos dois vereadores mais experientes da Casa, Luiz Eduardo Nardi e Mário Coraíni, que têm evitado participar das sessões por medida de prevenção ao coronavírus.