A Câmara de Marília promove na próxima quinta-feira, dia 12, uma sessão especial para apresentação do depoimento do engenheiro e ex-secretário municipal de Planejamento Roberto Monteiro com o tema Máfia dos Fiscais, um caso que envolve investigações do Ministério Público e da Corregedoria sobre uso da Secretaria de Planejamento em benefício pessoal de servidores. A sessão tem início previsto para 17h.
Monteiro, que também já foi vereador e comandou a secretaria por sete anos, pretende apresentar na Tribuna Livre, uinformações sobre representação que fez sobre o caso, dados da investigação no MP e Polícia Civil. A Corregedoria do Município também investiga o caso.
A Secretaria de Planejamento também já adotu medidas como implantação de um sistema informatizado para protocolo de projetos que dá novo tratamento para andamento, análise e acompanhamento de todos os casos.
Segundo o engenheiro, “nos últimos quatro ou cinco anos” profissionais da secretaria usaram informações sobre fiscalização e atendimento a consumidores para produzir projetos técnicos de construções que ele define como “honorários aviltantes e aprovação de urgência” enquanto profissionais da área eram prejudicados.
“A primeira coisa que vou dizer é que não sou candidato a nada, vou fazer política de classe. Só no MP esse caso já tem 25 volumes, mais Crea, mais Corregedoria”, disse o engenheiro.
O engenheiro afirmou que uma investigação na Corregedoria lista 11 servidores por envolvimento. Ele aponta ainda mais dois profissionais, sem ligação atual com a prefeitura, que seriam investigados no MP.
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“Fiz a primeira denúncia em setembro de 2018 a partir das informações de um engenheiro, que foi chefe de fiscalização comigo, e que teve mais de 250 projetos aprovados em um ano”, afirmou.
Monteiro aponta destaque no que considera atuação irregular de cinco profissionais: um engenheiro, três técnicos em edificação e um desenhista que teriam juntos 2.000 projetos aprovados em poucos anos.
“Arrebentaram com o mercado. A cidade tinha profissionais esperando meses, anos para aprovar um projeto. E um deles bateu um recorde: protocolou o projeto às 11h de uma segunda-feira e às 10h da terça, 23 horas depois, estava aprovado.”
Monteiro disse que decidiu buscar a sessão de Tribuna Livre porque não viu reação dos vereadores sobre o caso e afirmou que atende pedidos de profissionais da área. Ele foi presidente da Associação dos Engenheiros entre 1993 e 1995. Mas contou um caso que considerou “a gota d’água”.
“Um porteiro que precisou de um projeto em um terreno na zona norte. O engenheiro da prefeitura, inclusive com um aterro que nem se usa mais. Cobrou R$ 920.
Em 2018, com chuva e uma obra ao lado ele me procurou porque tinha problemas na construção. Fui até la e disse: esse muro vai cair, fale com seu engenheiro.
O engenheiro mandou ele procurar a ouvidoria. Ele foi, E descobriu que o engenheiro se autodenunciou: a obra com muro caindo era dele, a obra do lado com corte de terreno era dele. E ele nem sabia onde ficavam os terrenos.”
