Marília

Câmara vota CP da Agroatta em nova sessão polêmica

Morador protocolou pedido de investigação da epidemia
Morador protocolou pedido de investigação da epidemia

Uma semana depois de fechar o Legislativo com apoio da polícia a Câmara de Marília vive na noite desta segunda-feira mais uma decisão polêmica e votam pedido de instalação de uma Comissão Processante para investigar contrato com a Agroatta e a epidemia de dengue na cidade.

A polêmica da semana passada – a votação do índice de reajuste salarial para os servidores de Marília – provocou até uma sessão extra com portas fechadas para o público. A votação de hoje promete pressão sobre a bancada governista, que é dominante, mais uma vez.

Isso porque o pedido do morador Ademar Aparecido de Jesus é para investigar omissão do prefeito Vinícius Camarinha na epidemia e responsabilidade em eventual irregularidade na contratação da empresa Agroatta por R$ 1,2 milhão para fazer trabalho de pulverização de inseticida e controle do mosquito Aedes aegypti casa-a-casa.

O pedido de formação da comissão é acompanhado por diversos documentos que buscam indicar que a Agroatta seria uma empresa de fachada, contratou em Marília seus funcionários e presta um serviço superfaturado.

Além disso, inclui 14 atestados de óbitos que indicam dengue como causa da morte. A prefeitura reconhece apenas oito casos. Dois dos pacientes envolvidos moravam em outras cidades, onde poderiam ter contraído a doença. Haveria, no mínimo, mais quatro mortes controversas na cidade.

O objetivo final da comissão é colocar o prefeito como réu na investigação – inclusive com a possibilidade legal de provocar a cassação do mandato do prefeito, uma medida tão difícil quanto acabar com o mosquito ou controlar a doença.

Além de ter controle tranqüilo sob a maioria dos vereadores, o prefeito conta com o esfriamento da pressão pública provocada pela epidemia, que teve seu auge em fevereiro e março, quando a Câmara rejeitou pedido semelhante para investigar a epidemia.

Assim como no caso do reajuste dos servidores, é mais uma situação de pressão sobre a prefeitura que cai no colo dos vereadores. Ainda assim, a previsão mais óbvia [é 10 a 3 para rejeitar o pedido, enterrar mais esta CP e seguir, com a cidade em estado de emergência, a dengue e a Agroatta por aqui.