A campanha contra demissões na Famema (Faculdade de Medicina de Marília) que mobiliza estudantes desde o início do mês, ganhou força nesta semana com envolvimento de professores, funcionários de diversos setores e convocação para que a comunidade participe da discussão.
Uma conta nas redes sociais batizada de MobilizaFamema, criada para envolver a comunidade, apresenta informações sobre a campanha, orienta apoiadores a se manifestar e divulgou um vídeo com manifestação da professora e médica Maria Cecília Cordeiro Delattorre que condena as demissões e pede mobilização e pressão para reverter os cortes.
“Nós precisamos nos unir. Nós precisamos negar que o Estado continue a fazer esse desmonte no serviço público, no ensino público, na Famema”, diz a professora na mensagem (assista no final do texto).
Formada pela Famema em 1975, Maria Cecília é médica sanitarista e metre em Saúde Coletiva. É professora na instituição desde 1989. A manifestação engrossa mais mensagens contra os cortes. Procurada pelo Giro Marília, a direção da Famema não respondeu ao contato.
As manifestações começaram com corte de seis professores que atuavam nas aulas de graduação, na pós-graduação e nos programas de pesquisa da instituição.
São seis profissionais vinculados à Famema por contratação pela Famar (Fundação de Apoio à Faculdade de Medicina de Marília) e listados em um convênio assinado em 2020 com o governo do Estado que prevê realização de concurso para substituição. Há mais trabalhadores que podem ser cortados no próximo ano.
O concurso para contratação efetiva ainda não foi anunciado. O Estado aprovou contratação de temporários. Um encontro de estudantes, residentes e representantes da direção apresentou as informações sobre a contratação dos temporários e as demissões teriam sido uma exigência da Secretaria de Desenvolvimento Econômico no convênio.
“Segundo o entendimento da direção, a demissão só seria feita quando houvesse a contratação, mas o estado exigiu a demissão antes”, diz uma mensagem divulgada pelo Diretório Acadêmico Cristiano Altenfelder, que representa estudantes de medicina.
Os alunos apontaram ainda que há ainda preocupação com baixos salários oferecidos nas novas contratações. “Sobre isso a direção disse que pediram a revisão desse valor salarial ao governo do Estado, que é o mesmo que foi aprovado por lei em 2008, e não sofreu reajustes desde então.”
Veja abaixo o vídeo divulgado pela professora Maria cecília Dellatorre.