Marília

Campanha contra festival de fogos une público e cria debate na Internet

Campanha contra festival de fogos une público e cria debate na Internet

Uma grande manifestação silenciosa une público diversificado da cidade em uma campanha contra festivais de fogos de artifício em Marília. A campanha acontece durante todo o ano, mas nesta época tem alguns alvos direcionados: uma igreja evangélica, que todos os anos faz grande celebração com as explosões, e as diferentes comemorações de reveillon, festas de família e outros encontros – oficiais ou não – com o festival de luzes e barulho.

A campanha tem nome, “Céu de Marília em Silêncio”, e a intenção é proteger animais – especialmente cães e gatos, que ficam muito assustados com todo o barulho – além de pássaros, mas cuidar também do conforto de bebês, idosos e enfermos, sempre incomodados pelas comemorações.

E os protestos nas redes sociais partem de profissionais liberais, servidores públicos, adolescentes,  dirigentes de ONGs e das mais diversas regiões da cidade. Inclusive de fiéis evangélicos, que preferem não se manifestar para evitar mal entendidos com a igreja responsável pela festa.

“Deus não precisa de uma queima de fogos. Isso é purpurina”, diz uma das muitas mensagens postadas no facebook com a reprodução da imagem principal da campanha. Além disso, publicações a respeito tornaram-se grande espaço para debates.


Campanha contra fogos não é novidade do final de ano

Não é a primeira vez que as ONGs e ativistas de direitos dos animais fazem alerta, mas ainda é uma luta inglória. Durante a Copa houve diferentes manifestações, o que não impediu o foguetório. A seleção da Alemanha fez em 90 minutos muito mais pelo sossego do que vários dias e publicações.

Alguns fiéis e simpatizantes saíram em defesa da igreja responsável pela festa argumentando que a cidade vive muitos outros momentos de transtorno e barulhos, como réveillon, carnaval e os jogos de futebol. A resposta mais comum é que as campanhas contra os fogos são feitas durante todo o ano.

Apesar disso o viés religioso não foi totalmente evitado. Comentários como “mostra sua força povo barulhento q o capeta ta xingando e pulando de raiva” e “Deus não é surdo”  estão entre os argumentos surgidos no debate.

Apesar da polêmica nas redes sociais, a campanha e o debate sobre o silencio não parece ter atingido os organizadores da festa, os organizadores de celebrações de final de ano ou o poder público. Assim, a campanha correu o mês de dezembro em silencia, como fez na copa e em tantas outras festas. E o barulho deve seguir à noite. Proteja seu animal, cuidado com os bebês.