Cinco hospitais que oferecem atendimento pelo SUS em Marília anunciaram nesta terça-feira união em manifestação por ampliação nos repasses do sistema para atendimento e podem fazer um dia de paralisação nos serviços em protesto contra a defasagem da tabela e repasses pelos procedimentos.
O movimento une a Santa Casa de Marília, o HBU (Hospital Beneficente Unimar), a Maternidade Gota de Leite, o HEM (Hospital Espírita de Marília) e a Santa Casa de Pompeia, que anunciaram participação na campanha da CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas).
Entre as ações definidas em reunião que aconteceu pela manhã, no salão de reuniões da Santa Casa de Marília, estão mobilizações internas e busca de apoio político junto a prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais.
Os hospitais também vão levar o caso ao Ministério Público e à comunidade. Uma paralisação de serviços também está prevista para acontecer no dia 19 de abril.
O provedor da Santa Casa de Marília, Norival Carneiro Rodrigues, ressaltou que os hospitais filantrópicos precisam ser valorizados.
“Realizamos 56% dos procedimentos SUS do País e se falarmos em alta complexidade este número sobe para 70%. Por conta desta grande defasagem existente na tabela SUS é que muitas unidades hospitalares estão prestes a fechar as portas. Para evitar que isso aconteça, temos que unir forças e aderir ao movimento da CMB”.
Os hospitais apontam ainda necessidade de buscar apoio com a iminente aprovação do PL (Projeto de Lei) nº 2564/20, que cria o piso da enfermagem e vai aumentar ainda mais os gastos com folha de pagamento.
O comunicado oficial diz que os gestores são favoráveis à aprovação do projeto, mas é preciso que o governo federal garanta recursos para que os hospitais beneficentes possam arcar com este aumento de gastos, mais o déficit que já vinha sendo gerado por conta da defasagem da tabela SUS.
CHEGA DE SILÊNCIO
O movimento “Chega de Silêncio!” é coordenado nacionalmente pela CMB para que gestores e profissionais de saúde rompam o silêncio e exponham a crise da maior rede hospitalar do SUS.
De acordo com a CMB, o setor filantrópico vive a maior crise da história e faz movimento para sobrevivência. Com ação em tramitação que impacta ainda mais o financeiro dos hospitais, confederação se mobiliza em clamor por recursos.
Filantrópicos requerem a alocação imediata de R$ 17,2 bilhões anuais para o equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS.