Representantes dos estudantes da Famema cancelaram protesto de alunos convocado para esta sexta-feira (26) para denunciar gastos mensais com professores que aparecem até uma única vez por ano na instituição.
Segundo comunicado divulgado pelos alunos, a diretoria ameaçou cancelar a atividade para evitar desgaste ao um dos docentes que estará na cidade, o que provocaria novos prejuízos aos estudantes.
O diretório acadêmico de medicina quer esclarecimento sobre pagamentos mensais a estes docentes e a justificativa para manter custos mensais com profissionais para tão poucas atividades. A Famema enfrenta crise histórica, com rombo milionário e em vias de uma auditoria do governo estadual.
Além de divulgar o cancelamento, o Daca (Diretório Acadêmico Cristiano Altenfelder) criticou a maneira com o a diretoria da faculdade tratou o protesto. Segundo o diretório, foram feitas ameaças com o intuito de impedir a manifestação estudantil.
Leia abaixo o texto publicado pelo Daca na íntegra:
“O DACA informa que os membros do Comando de Mobilizações decidiram pelo cancelamento do ato agendado para esta sexta-feira (26/06) em virtude da ameaça de cancelamento da atividade pela coordenação do curso. Assim, de forma a não prejudicar os estudantes com a perda da única atividade com o docente agendada para este ano, optou-se por seu cancelamento.
Todavia, reiteramos a denúncia de que, de fato, existem docentes contratados pela instituição que não participam de atividades na graduação ou assistenciais, sobrecarregando a parcela docente que se dedica a estas atividades, e acarretando na queda da qualidade do ensino e do atendimento à população.
Além disso, denunciamos a forma truculenta com que a direção lidou com o ato, que foi chamado em resposta a uma demanda dos estudantes e procurou lutar pela melhor aplicação das verbas escassas da faculdade. Em reunião convocada poucas horas antes, e sem pauta definida, diversos membros da diretoria usaram de argumentos emocionais, bem como de ameaças para impedir a manifestação estudantil.”
Não é a primeira vez, nem será a última, que a instituição tenta silenciar denuncias do mau uso do dinheiro público. Nos manteremos na luta, mesmo sob ameaças.
Toda força ao movimento estudantil.