Marília

Cascata ganha nova avenida e perde árvores históricas

Cascata ganha nova avenida e perde árvores históricas

Uma grande avenida, com novo corredor de acesso para toda a zona leste, corta a fazenda Cascata, um dos berços da cidade, e deve incentivar explosão imobiliária de empreendimentos de alto padrão na região. Mas a obra começa com custo irrecuperável e polêmico: árvores históricas cortadas.

Desde o início da rua Cascata, ao lado da rua Carlos Botelho, as raízes e tocos de grandes árvores mostram derrubada. Ambientalistas consultados pelo Giro Marília avaliam que árvores com décadas de existência tombaram de forma desnecessária e sem alguns cuidados, como preservar sementes.

A nova avenida começa ao lado da antiga rua Cascata, estrada de terre que leva à sede da Fazenda e também à represa, manancial que integra sistema de abastecimento de água da zona leste. A obra já desenho roteiro que corta antigos trechos de pasto com pistas largas.

Vai ligar a zona leste até o final da avenida das Esmeraldas, o que oferece nova rota de acesso para a zona sul e também para a rodovia SP-294.

O corte de árvores em zona urbana é legal e permitido com sistema de compensação, que pode envolver tanto plantio de novas mudas nas áreas em torno da pista como a doação de árvores para plantio em diferentes pontos da cidade.

“Os moradores do bairro estão indignados, até porque existe tecnologia de transplante arbóreo, algumas poderiam ser salvas e reaproveitadas”, diz a ambientalista Sonia Cristina Guirado Cardoso , a Soninha do Meio Ambiente, ex-secretária da pasta na prefeitura.

Para ela, a obra pode ser legal mas levanta uma série de pontos a serem discutidos, como o risco para o manancial da Cascata e a falta de política publica ambiental e de zoneamento urbano e ou planejamento urbano.

“A Cascata já está em risco, não vai dar conta sequer de abastecer estes novos loteamentos que vão surgir em torno. Aí vão dizer, as empresas vão perfurar poço. Parece boa notícia mas é triste, é a constatação de que não viabilizamos aproveitamento da água de superfície, estamos indo buscar a água de reservação”, diz Soninha.

Ela ressalta ainda que por se tratar de obra pública para melhoria da mobilidade urbana, a responsabilidade é ainda maior e o Poder Publico deve dar exemplo aos empreendedores. “A população deveria srr consultada em audiência públicas sobre obras de significativo impacto ambiental.”

HISTÓRICO

Não é a primeira vez que obras de modernização do sistema viário tombam árvores e nem a pior. Além de toda a evolução da cidade em áreas de fazenda historicamente, em obras mais recentes, como os projetos de modernização das avenidas Rio Branco e Santo Antonio na década de 90, já provocaram cortes em série de diferentes espécies, redução de espaços de paisagismo nos divisores de pistas.

O Giro encaminhou à prefeitura na quinta-feira pedido de informações sobre número de árvores cortadas, como será compensação e a projeção de prazos para as obras. Assim que a prefeitura responda a matéria será atualizada com as informações