Colisão e morte na rodovia

Caso Catarina acumula quatro meses parado; mãe faz carta aberta

Catarina Mercadante, morta aos 22 anos em colisão na rodovia SP-333
Catarina Mercadante, morta aos 22 anos em colisão na rodovia SP-333 | Arquivo Pessoal

A apuração da morte da estudante Catarina Mercadante completou no domingo quatro meses à espera de decisão sobre um recurso da defesa. Destes, são três meses no gabinete do ministro Rogério Schietti Cruz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A data não passou em branco. A mãe da menina, Mana Mercadante, divulgou uma carta aberta em mensagem de memória, dor e pedido de justiça.

Catarina morreu no dia 29 de janeiro de 2023. Uma picape na contramão da rodovia SP-333 atingiu o carro em que ela viajava de Assis para Marília. O motorista, Luiz Paulo Machado de Almeida, fez ultrapassagens proibidas no local.

Ultrapassagens proibidas foram gravadas por motorista

Tramitação

O gabinete do ministro Schietti Cruz responde pelo caso depois de atuar como relator em um habeas corpus que provocou a libertação de Luiz Paulo. O Tribunal de Justiça chegou a expedir ordem de prisão, que caiu alguns dias depois.

A apuração do caso provocou sentença de pronúncia, em que a Justiça encaminha a decisão para o Júri Popular. Luiz Paulo responde ao processo com acusação de homicídio com dolo eventual. A denúncia diz que ele assumiu o risco em manobras ilegais no volante.

A defesa refuta a decisão, recorreu ao Tribunal de Justiça em São Paulo, mas perdeu. Agora tenta em Brasília. A mobilização criada após a morte da menina segue nas redes sociais e diferentes manifestações públicas. A Carta Aberta da mãe é mais uma. Veja abaixo.

‘Não foi acidente’

Carta Aberta, Marília- SP
29 de janeiro de 2023, dia em que me despedi da minha filha Catarina, que voltaria às aulas em Marília, onde cursava o quarto ano de Medicina.

Sua vida foi abruptamente interrompida por um motorista irresponsável e inconsequente, que a atingiu frontalmente, tirando de nós a nossa filha e todos os sonhos e futuros que ela, aos 22 anos, ainda tinha para viver.

Nada fica impune aos olhos de Deus; uma câmera flagrou o exato momento em que ele dirigia em alta velocidade, ultrapassando em faixa contínua, sem ter visão alguma, tirando a vida de uma inocente que infelizmente passava pela rodovia Rachid Rayes. O depoimento que ele apresentou foi derrubado. O acusado aguarda em liberdade.

Peço justiça para este caso; é inadmissível tantas famílias dilaceradas por crimes de trânsito, mas tenho plena certeza de que a justiça de Deus acontecerá. Vivo todos os dias na esperança de reencontrar a minha amada filha!