O procurador de Justiça Nadir de Campos Júnior, famoso por atuar em casos criminais polêmicos como promotor, ganhou repercussão nacional nesta semana depois de revelar escândalo financeiro como causa para o duplo assassinato do caso Richthofen.
Segundo o procurador, acessar uma conta milionária na Europa teria sido o motivo para o crime e para as repetidas tentativas de Suzane Richthofen deixar a prisão.
Nadir de Campos Júnior nasceu em Bauru mas mudou-se para Marília ainda criança, filho do advogado e ex-vereador Nadir de Campos. Em Marília estudou até a conclusão do curso de Direito na Fundação Eureípides, hoje Univem, em 1985.
O procurador a afirmou durante entrevista em rede nacional no programa Super Pop, da apresentadora Luciana Gimenez, que Manfre Von Richthofen, pai de Suzane, mantinha contas no exterior – em bancos na Alemanha e Suíça – com até 30 milhões de Euros, mais de R$ 100 milhões.
O procurador, que atuou como assistente na acusação para condenar a moça quando ainda era promotor, chegou a citar os números das contas – 15.616 e 15.6161 – existentes em dois bancos.
Além de falar sobre as contas e valores, o procurador afirmou que o volume de dinheiro nas contas não era compatível com o status de Manfred. Ele era engenheiro e funcionário da Dersa, uma estatal de capital aberto com atuação em obras rodoviárias em São Paulo.
Reprodução internet
Procurador Nadir de Campos Júnior participa de entrevista na Rede TV
A entrevista provocou uma rara e dura manifestação de Andreas Von Richthofen, irmão de Suzane. Ele enviou uma carta à rádio Estadão em que chama a irmã de assassina e cobra informações do procurador. A carta ganhou repercussão nacional, foi reproduzida de forma parcial ou integral em diferentes veículos de comunicação e deve oproivocar novas manifestações. Afinal, ele cobra informações e provas.
“O sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal”, escreveu Andreas.
Mas a carta endurece a mensagem ao procurador. “Se isso não passar de boatos maliciosos e não se existirem provas, que o sr. se retrate e se cale a respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem estão aqui para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen”, finalizou o químico.
Andreas não quis gravar entrevista. Na única frase gravada que permitiu à Rádio Estadão, explicou sua iniciativa.
“A carta não é contra ninguém. É simplesmente endereçada ao promotor Nadir de Campos Júnior, que vem se referindo constantemente à minha família, e não tenho certeza se tudo o que ele diz é verdade. Por isso, eu questiono ele”, disse Andreas.
Suzane Von Richthofen na penitenciária
O CASO
Suzane e os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos (namorado de Suzane) assassinaram Manfred e Marisa Richthofen em 2002 na casa em que a família vivia em um bairro de classe média alta na zona sul de São Paulo.
A entrevista do procurador com a revelação sobre as contas foi uma resposta às pretensões de Suzane Von Richthofen, deixar a cadeia com regime mais brando de pena. Ela está condenada a 39 anos de prisão.
O procurador afirmou durante a entrevista que Suzane usa a mídia para transmitir a imagem de uma jovem “da fina flor da sociedade paulistana”.