Marília

Chega de silêncio – Manifestação de hospitais adia procedimentos nesta terça em Marília

Chega de silêncio – Manifestação de hospitais adia procedimentos nesta terça em Marília

Dezenas de procedimentos ambulatoriais devem ser adiados nesta terça-feira em Marília durante um protesto de hospitais em campanha para pressionar mudanças nos repasses de recursos do SUS (Sistema Único de Atendimento) para Santas Casas e hospitais de perfil filantrópico.

O protesto acompanha uma convocação nacional e atinge a Santa Casa, HBU, Hospital Espírita e a Maternidade Gota de Leite na cidade, além da Santa Casa de Pompéia.

Os serviços atingidos são todos de perfil eletivo – agendados de forma antecipada e fora de situações de urgência e emergência – e segundo as entidades todos os pacientes foram avisados.

A campanha aponta a necessidade de repasse anual de mais R$ 17,2 bilhões ao setor em todo o país para cobrir gastos com atendimento pelo SUS e manutenção dos serviços.

Desse valor, quase R$ 11 bilhões seriam de custos já existentes e agravados pela falta de correção nas tabelas de pagamento do SUS.

Outros R$ 6 bilhões devem ser provocados pela aprovação do novo piso nacional da enfermagem, uma luta histórica dos trabalhadores que está em discussão na Câmara dos Deputados.

Só na Santa Casa de Marília a projeção é que o novo piso implique em custo extra de R$ 500 mil ao ano.

A campanha dos hospitais chegou a criar situações de conflitos com os profissionais, mas gestores dos hospitais declararam apoio ao novo piso, com ressalva para necessidade de estabelecer forma de financiar os novos custos.

Na Santa Casa de Marília em torno de 140 procedimentos ambulatoriais eletivos deverão ser adiados. Os pacientes foram todos avisados sobre o adiamento para evitar locomoção desnecessária.

A Maternidade Gota de Leite vai paralisar os atendimentos eletivos (puerpério, puericultura, teste da orelhinha e consultas nutricionais), informou a presidente, Virgínia Maria Pradella Balloni. O atendimento às gestantes e os partos serão realizados, normalmente.

Virgínia Balloni disse ainda que não se trata de greve, mas de uma forma de alertar a sociedade para os sérios problemas financeiros enfrentados pelos hospitais filantrópicos que estão tendo aumentos de custos cada vez mais elevados enquanto a tabela de pagamento do SUS continua congelada há anos.

A diretoria da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário) informa que, visando sensibilizar as autoridades sobre a grave crise que enfrentam os hospitais filantrópicos, vai aderir ao movimento de paralisação das atividades neste dia 19 (terça-feira), como forma de quebrar o silêncio em torno da defasagem da Tabela SUS (Serviço Único de Saúde).

Diante disso, o HBU (Hospital Beneficente Unimar), vai suspender 50% das cirurgias eletivas que estavam previstas para esta terça-feira. Rotineiramente são realizados 20 procedimentos ao dia, mas serão feitos apenas 10.

“Lamentamos que seja preciso chegar a esse ponto, mas diante da falta de sensibilidade em relação aos custos do serviço e a importância do serviço que é prestado à população, decidimos apoiar o movimento”, destacou Márcia Mesquita Serva Reis, diretora superintendente da ABHU.