Marília

Cidade sepulta outra vítima com dengue; campanha pede sangue para mulher em UTI

Campanha pede doação de sangue para paciente com dengue hemorrágica
Campanha pede doação de sangue para paciente com dengue hemorrágica

Poucas horas depois de a aposentada Maria Aparecida Bonfim Baeta, 72, ser sepultada em Marilia com diagnóstico de dengue, cresceu nas redes sociais uma campanha para atrair doadores de sangue para uma mulher internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário da Unimar.

Maria Aparecida faleceu uma semana depois de ser internada com diagnóstico da doença. O atestado de óbito indica choque sético, perionite bacteriana, ulcera perfurada e dengue, que teria sido uma agravante para todo o quadro.

A indicação da doença no atestado de óbito foi outra informação significativa. Uma reunião entre dirigentes de hospitais e representantes da prefeitura, incluindo o próprio prefeito Vinícius Camarinha, resultou em uma onda de informações de que os hospitais estavam pressionados a omitir os casos. A Prefeitura nega. Com ou sem pressão, o atestado de Maria Aparecida saiu com a doença. 

Ela seria a 14ª vítima, segundo contabilidade extraoficial. Nos números oficiais da saúde Maria Aparecida ainda não é caso confirmado e seria a quinta vítima.

DOADORES

Enquanto a aposentada era velada em Marília, mensagens pelo Facebook passaram a divulgar um pedido de doadores para Silvana Maria Clemente, internada no quarto 510, na UTI do HU, que precisa de plaquetas.

O problema é que a campanha ganhou divulgação no final de semana depois de o Hemocentro, que recebe as doações e gerencia a distribuição de sangue, está fechado. O órgão será reaberto na manhã de segunda.

O Giro Marília, que recebeu mensagem com pedido de doadores, apurou que a paciente está em quadro estável, sem perda de sangue, e segue na UTI do hospital mantido pela Unimar.

Plaquetas são células que permitem coagulação e cicatrização e protegem o corpo contra a perda de sangue. A queda do número de plaquetas é um dos principais problemas da dengue. Normalmente pacientes devem ter entre 150 mil e 300 mil plaquetas. Pacientes com dengue em nível critico chegam a 5.000 plaquetas.

NÚMEROS

Números divulgados pela Prefeitura de Marília neste sábado indicam que a cidade tem oficialmente 6774 casos de dengues, com quatro mortes e outras oito em análise. A cidade está no topo dos casos de dengue no Estado e os números oficiais são considerados subnotificados. Os dados divulgados pelo município são da Vigilância Epidemiológica Estadual.