Marília atingiu 345 casos de dengue autóctones, tem 362 exames em análise pelo instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e deve entrar oficialmente em estado de epidemia da doença na próxima semana.
A cidade precisa ter pelo menos 375 casos – 150 pacientes para grupos de cem mil habitantes – para ser oficialmente considerada em epidemia.
Um boletim divulgado pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde nesta sexta indica que a cidade já registrou 1.559 casos suspeitos da doença, dos quais 851 já estão descartados. A cidade tem ainda 12 casos importados.
Bauru, Rio Preto, Andradina, Franca, Araraquara são outras cidades com estado de epidemia já avançado, inclusive com relatos d emortes – 12 em Bauru, cinco em Rio Preto.
As principais orientações à população são a eliminação dos criadouros e o atendimento receptivo aos agentes de saúde durante as visitas domiciliares. Em caso de nebulização (perímetros com casos positivos), é importante permitir o acesso das equipes para o controle químico.
MOBILIZAÇÃO
A mobilização de serviços oficiais para controle da doença foi às escolas da rede pública municipal nesta semana. O trabalho envolvime 60 estabelecimentos de ensino e cerca de 20 mil alunos.
Teatro, oficinas de pinturas e colagem, passeatas, distribuição de panfletos, bate-papo com profissionais da saúde, entre outras ações, agitaram as escolas. As atividades aconteceram entre segunda (08) e esta sexta-feira (12).
Algumas escolas estaduais integradas pelo PSE e colégios particulares da cidade também aderiram à programação. Outros estabelecimentos estaduais manifestaram interesse de realizar ações relacionadas ao tema.
A enfermeira Alessandra Arrigoni Mosquini, supervisora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde, afirmou que esse tipo de movimento é fundamental para difundir informação, principalmente com uma abordagem estratégica.
“Nós adultos somos tentados a crer que já sabemos demais. As crianças não. Elas têm uma relação mais aberta ao aprendizado e estão nos ajudando a lembrar a população, por exemplo, que os ralos dos banheiros e dos quintais exigem cuidados, que o mosquito pode se reproduzir atrás das geladeiras (reservatórios) ou que basta uma simples tampinha de garrafa para que a fêmea bote seus ovos”, exemplifica.
A supervisora de Educação Básica, Aline Talavêras, da Secretaria Municipal da Educação, lembra que as escolas tiveram autonomia para desenvolver as atividades, de acordo com o tema. “O que vimos foi muita criatividade, muita interação ‘Saúde-Escola’ e muitas lições para nós, adultos”, disse a educadora.
SAÚDE NA ESCOLA
A supervisora da Divisão de Projetos da Secretaria Municipal da Saúde, que também coordena o PSE, Geórgia Balbino Guedes Pinto, explica que o programa é federal e consiste num convênio interministerial (Saúde-Educação), com atuação em 12 áreas.
Além do controle do Aedes, estão incluídos acompanhamento de vacinas; estímulo à atividade física; saúde bucal; prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas; promoção da cultura de paz, cidadania e direitos humanos; prevenção das violências e acidentes.