O aumento da sensação de insegurança na cidade é quase palpável. O sentimento de que a violência aumentou é comum em diferentes regiões. Casos como o seqüestro relâmpago de uma pessoa conhecida, alguns assaltos em residências e empresas, o número sempre explosivo de furtos mantém essa sensação.

Ou seja, há um movimento de criminosos, prejuízos e perdas. E todos estamos sujeitos a uma fatalidade. De acordo com a fé e o modo de ver a vida, algumas pessoas pensam que ser vítima é questão de destino, para outras de oportunidade ou coincidência, lugar errado na hora errada.

Mas mesmo entre as coincidências, um furto que limpa um órgão público de atendimento social e pouco dias depois um furto de 12 baterias de 40 quilos cada parecem demais.

No caso da Codemar neste final de semana, o(s) ladrão(ões) não usaram um carro qualquer, não fizeram um furto rápido, não parecem ser “nóias” que trocam por pedras de crack.

Cada bateria pesa na faixa de 40 quilos. Quem furtou levou quase meia tonelada. Não era um nóia a pé, não estava com qualquer carro e teve trabalho em retirada e transporte. Um furto que paralisa serviços públicos.

Exigiu estrutura, tempo de execução, preparo. Não buscou nada mais na companhia. Não há indicação de que levou peças, ou de forçar portas.  

Na cidade que já viu o barracão histórico do Instituto do Café queimar na avenida Tiradentes, que viu pneus amanhecer furados, carros queimados com ácido, um jornal incendiado, diferentes agressões públicas sem sentido, não é demais pensar em teorias da conspiração.

É caso de investigar. De mudar a política de controle em órgãos públicos, de câmeras, equipes, treinamento, cobrança de condutas e tudo mais. E de gastar com segurança, reposição e atrasos em serviços um dinheiro que deveria estar a trabalho da qualidade de vida nas ruas.

Não é azar demais da cidade?

Mulheres

A Câmara de Marília fez na sexta-feira uma grande sessão de plenário lotado, 15 homenagens justas e merecidas. Seria impossível homenagear a todas que merecem. Teve boas – emocionantes e humoradas – declarações de amor. Um bom trabalho. Mas uma boa chance também mal aproveitada.

Exceto pela manifestação da tradutora Cleide Silva sobre desafios para mulheres portadoras de necessidades especiais e de uma menção sobre um programa de qualificação profissional, faltaram nos discursos informações ou incentivos a debates sobre questões públicas importantes, tão importantes quanto as declarações de amor.

Só para citar casos mais básicos, mulheres têm problemas de mobilidade por medo de andar, pegar ônibus e voltar para casa em  muitas das regiões, inclusive no campus, onde há onda de assaltos. A cidade não tem lá grandes estruturas para retirar de suas casas e áreas de risco mulheres vítimas de ameaça ou violência doméstica. A cidade não tem políticas permanentes de combate ao preconceito, racismo, machismo que agravam situações de pobres, negras, lésbicas ou trans. Não tem sequer grandes espaços de representatividade para estas pessoas.

A solenidade foi bonita, foi representativa, foi alegre. Que nós próximos anos se repita. E possa ser também ponto de partida para mais ações públicas, para que a Câmara seja vanguarda de mudanças como ela deve e pode ser.


Em 2014 Alckmin anuncia duplicação, que seria feita com verba estadual, parou, virou abandono e vai ser concessão – Reprodução TV TEm

Geraldo, um abraço

A Famema deixa de oferecer em Marília serviços de oftalmologia porque não tem equipamentos e enfrenta crise histórica apesar de todo o complexo estar estadualizado.

A rodovia que estava em duplicação parou para se privatizada e duplicada com custo extra de pedágios. Do outro lado, a rodovia SP-294, parece uma peneira e repete situações de asfalto ruim, todo deformado.

A regional de saúde não tem remédios e dietas essenciais e a farmácia especial reduz horários.

Fiscais de renda, professores, policiais denunciam descaso com as categorias, a cidade perdeu até o básico do Copom, o atendimento ao telefone pelo 190.

Geraldo Alckmin, o governador, teve 76.897 votos na cidade, o dobro do segundo e terceiro colocados juntos. Não sei o que você pensa que ele fez por estes eleitores, mas não custa nada dizer, “Geraldo, aquele abraço”.