A paralisação dos funcionários da Famema teve seu segundo dia nesta terça-feira mas seguiu com pouco impacto e baixos índices de adesão. O comando de greve deve tentar novo encontro com a diretoria do complexo ainda hoje, mas já está convocada para a manhã desta quarta (15) uma assembleia que pode definir suspensão da paralisação.
A proposta é que os trabalhadores mantenham o Estado de greve e que todos os grevistas – número que até agora ficou próximo de cem, menos de 5% dos trabalhadores – adotem alguma forma de protesto no trabalho.
O Sinsaúde, sindicato que representa os trabalhadores não divulgou índices de adesão, mas esperava maior suporte com os plantões da noite e a troca de turnos pela manhã e este apoio não veio. Há algumas supostas causas para perda de força da manifestação – em 2013 e 2014 greves por melhores salários pararam os serviços c om grande impacto – neste ano.
Uma delas é a perda de penetração e identificação com a associação de funcionários. Mas há ainda a avaliação de que o momento vivido pela instituição pode definir maior ou menor apoio para a greve nos próximos dias, dependendo das medidas a serem adotadas. E o complexo espera um pacote de decisões.
Até agosto o governo do estado deve concluir o processo de transformação do Hospital das Clínicas em autarquia estadual. Com isso, o governador Geraldo Alckmin deverá nomear diretor executivo e o vice.
Além disso, termina no final do mês auditoria estadual nas contas e gestão, que pode definir mudanças na programação de repasses de verbas. Nos próximos dias deve sair também manifestação do Ministério Público federal sobre investigação de fraudes em licitações e contratos.
Apesar da falta de apoio dos trabalhadores, a greve conseguiu suporte dos estudantes. O Diretório Acadêmico publicou carta em que manifesta apoio à greve e ressalta a importância de valorizar os funcionários.
Os trabalhadores pedem reposição da inflação mais ganho real para os salários, além de melhoria das condições de trabalho.