A comissão especial de elaboração do modelo de Processo Estrutural para o país concluiu seu trabalho em Brasília. O grupo, que inclui o advogado e pesquisador Benedito Cerezzo Pereira, de Marília, deve entregar em breve o documento ao Senado.
Significa a formação de uma modelo inovador de processo que pode alterar aplicação de diversas decisões judiciais. Muda cumprimento de ordens judiciais que impactam estruturas públicas e mesmo privadas.
“Veio em primeiro lugar para regularizar situação que na prática já existe. Mas, como foi dito na comissão, de forma clandestina. E isso não pode existir.”
O processo estrutural vai regulamentar forma como serviços públicos, empresas e o próprio judiciário vão organizar e garantir o cumprimento de decisões com impacto em estruturas.
São casos como ordens para reorganizar unidades prisionais ou mesmo atividades de empresa em interesse público, como meio ambiente.
“Digamos que uma decisão determina que em 30 dias se cumpra uma decisão de reorganizar. Como vai cumprir? Qual o tempo, as prioridades, quem vai fiscalizar? Ou imagine uma atividade de mineração que tem impacto ambiental e precisa altera. Como vai fazer e controlar impacto social e econômico?”
Segundo o pesquisador, o modelo de Processo Civil hoje não consegue absorver muitas destas questões que demandam medidas mais específicas. E a lei pode mudar isso.
A proposta vai passar agora por ajustes de revisão e digitação para entrega formal ao Senado que inicia os debates para transformar a proposta em lei. E a comissão segue em atividade com suporte aos parlamentares.
Cerezzo fez sua formação em Direito na cidade, onde atuou também como professor e iniciou carreira de pesquisador. É doutor em Direito, e além de atuar em escritório é professor na Universidade de Brasil (UnB). Diz que foram discussões “extremamente democráticas”.
“A oportunidade de participar é enriquecedora. Além do sentimento de estar contribuindo para melhoria do sistema jurídico, a gente cresce em todos os sentidos, especialmente aprendizado.”