Marília

Concessão da SP-294 espera ajuste econômico por epidemia; Artesp nega alta de pedágio

Concessão da SP-294 espera ajuste econômico por epidemia; Artesp nega alta de pedágio

Uma manifestação da Eixo-SP apresentada à Artesp para análise de equilíbrio econômico do contrato para concessão de 1,2 mil km de rodovias com o impacto da epidemia de coronavírus provoca polêmica sobre a previsão de mudanças e divulgação da hipótese de alta as tarifas de pedágio a serem instalados pela empresa.

A situação envolve poucos fatos recentes. O contrato, iniciado em junho deste ano, nasceu com uma cláusula de proteção econômica para situações de calamidade, aprovada em maio e previsto pela empresa. A manifestação da Eixo sobre o impacto da epidemia foi apresentada à agência no mesmo período.

As medidas de ajustes ainda dependem de fatores como análise total de eventuais perdas com a epidemia mas a Artesp descarta em comunicado oficial que haja previsão de alta nas tarifas de pedágio.As praças devem iniciar a cobrança em 2021.

“O reajuste de tarifas de pedágio deve obedecer às cláusulas contratuais que tratam especificamente do tema e nada tem a ver com eventual aditivo de reequilíbrio econômico financeiro”, diz a Artesp em comunicado oficial enviado ao Giro Marília.

Os valores das tarifas vão acompanhar a média de cobranças no Estado definidas por critérios como faixas de rolamento oferecidos e distâncias. Os valores já divulgados são projeções que devem mudar com o reajuste anual. O índice para esta correção ainda não está definido. Um aumento previsto para este ano foi adiado em função da epidemia e deve ser redefinido em novembro.

Os valores projetados indicam as seguintes tarifas
– Km 367 | Bauru: R$ 8,87
– km 426 | Vera Cruz R$ 8,00
– km 477 | Pompéia: R$ 8,13
– km 551 | Iacri: R$ 7,79
– km 581 | Osvaldo Cruz: R$ 5,43
– km 623 | Junqueirópolis: R$ 6,04
– km 668 | Trecho Dracena – Panorama: R$ 4,63

A Eixo-SP diz em nota oficial que o modo de ajuste para as eventuais projeções de perdas será definido pela Artesp. O contrato prevê diferentes formas de equilíbrio que podem envolver alteração de cronogramas de obras, número de intervenções e até ajustes de tarifas.

Veja abaixo os comunicados da Artesp e da Eixo-SP sobre o caso

– Artesp
A ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa que não assinou aditivo de compensação como proposta de reequilíbrio econômico financeiro. O aditivo em questão é comumente previsto em todos os contratos de concessão rodoviária e reconhece apenas casos fortuitos e de força maior. Dessa forma, a cláusula serve exclusivamente para declarar que, em situações de calamidade acompanhadas de desequilíbrio econômico financeiro, é passível de estudo e análises para ajustes nos termos do contrato. O reajuste de tarifas de pedágio deve

– Eixo SP
A Eixo SP Concessionária de Rodovias esclarece que o termo aditivo em questão é instrumento da ARTESP – Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo com o objetivo de assegurar o equilíbrio econômico-financeiro das operações por força da pandemia. 

Em relação ao aditivo impactar na cobrança de tarifa, informamos que este mecanismo ainda será definido pela agência reguladora (Artesp). 

O cronograma de obras de instalação de praças de pedágio na SP 294 – Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, está alinhado com os prazos de cumprimento do edital de concessão regido pela ARTESP.

Ainda conforme o contrato, o início da operação está previsto para 2021 e as cabines irão funcionar em sistema bidirecional. O valor da tarifa será definido futuramente pela agência reguladora.

É importante mencionar que a Eixo SP assumiu a maior malha viária sob concessão no país – 1,2 mil quilômetros distribuídos em 12 rodovias -, que recebe melhorias no PII – Plano Inicial de Investimentos que totalizarão a injeção de R$ 1,3 bilhão no aprimoramento da infraestrutura rodoviária nos dois primeiros anos e R$ 14 bilhões para o cumprimento do contrato, beneficiando diretamente 62 municípios.