A audiência pública desta quarta-feira foi convocada para falar sobre as contas do setor nos quatro últimos meses de 2014. Envolve dados importantes, como indicadores que de hospitais prestam serviços ao SUS 60% acima do projetado além da informação de que a cidade banca 55% do setor, a União banca outros 43% e o governo do Estado investe pouco na saúde. A maior oparte dos gastos municipais está na Folha de Pagamento, que consome R$ 59 milhões ao ano. O município gasta R$ 85 milhões com saúde, além das verbas federais. Confira outras afirmações do scretário Luiz Takano.
EPIDEMIA
A Secretaria da Saúde vinha acompanhando evolução dos casos da doença e da infestação do mosquito em toda a região e toda a cidade estava no vermelho em proliferação do mosquito.
Os números na região mostram que a epidemia poderia ter acontecido em 2013 ou no início de 2014. Explodiu no final do ano.
Não há como prever fim da epidemia. Não há gráfico com curva do número de casos. O número continua subindo e deve subir ainda nas próximas semanas.
O número oficial de casos está abaixo do número real, não há como ter este número, muitos dos atendimentos não estão adequadamente notificados e o número pode ser muito maior. Os números oficiais são usados porque a Secretaria precisa destas indicações para direcionar ações.
A epidemia começou com mais força pela zona sul, o que explica o grande movimento de atendimento no PA do Nova Marília, e evoluiu para as outras regiões. Hoje está instalada em toda a cidade.
O número de infestação do mosquito em Marília medido até outubro indicava baixo índice.
COMBATE AO MOSQUITO
Em novembro e dezembro foram despejadas na cidade quase três toneladas de veneno.
Os agentes de saúde fazem 20 visitas por dia. Com pouco mais de 250 agentes, esse índice representa até 25 mil visitas a residências por semana.
A Secretaria de Saúde preparou e apresentou à Sucen e ao Ministério Público um cronograma de ações de controle da doença e um plano de contingência que prevê ações de prevenção e de combate à epidemia. “Nossas ações não são inventadas por nós, é um plano orientado pela Regional de Saúde.”
O mosquito mostra adaptação contra inseticida e larvicidas. Estaria em uso o terceiro larvicida usado pelos agentes. Mosquitos que não morrer com o fumacê podem gerar ovos resistentes ao veneno.
Bombeiros, Tiro de Guerra, Igrejas das mais diferentes linhas já estão ou logo serão integradas à divulgação de informações.
CONTRATO DE EMPRESA
A empresa Agroatta, contratada em regime de urgência ao custo de R$ 1,2 milhão ainda está treinando agentes. Diferente da publicidade oficial, ela não colocou 80 pessoas no trabalho de rua ainda.
A empresa vai receber R$ 300 mil por mês enquanto durar a campanha de controle.
O secretário Luiz Takano disse não ter informações sobre a estrutura, sede ou legalidade da empresa.
FILAS NAS UNIDADES DE SAÚDE
Atendimento tem gargalos que provocam demoras, como procedimentos técnicos de cadastro de informações, exames básicos de verificação da doença, hidratação dos pacientes.
A hidratação, principal forma de tratamento, é o maior ponto de congestionamento. Muitas vezes o trabalho dos enfermeiros e auxiliares está sobrecarregado na hidratação e os médicos liberados para atender ou liberando mais pacientes para os procedimentos.
O atendimento das unidades, que deveria ser feito até às 19h, avança até 23h em alguns casos, com servidores sobrecarregados.
CROTALÁRIA
Existe fundamento nas informações sobre atração de predadores do mosquito. A planta realmente cresce rápido e atrai libélulas que alimentam-se do mosquito.
O número de plantas necessárias para combater a infestação é muito grande. Como a planta é uma praga de fácil desenvolvimento, a tendência é que ela se torne um problema se plantada em larga escala em áreas públicas.
RAIO-X NO PA ZONA SUL
A licitação foi complicada, atrasada por recursos e discussões técnicas mas está em fase final e o PA deve receber o equipamento em pouco tempo
AMPLIAÇÃO DE HORÁRIO NO PA DA ZONA SUL
Não tem data para vigorar. O maior entrave é a contratação de pessoal, especialmente de médicos plantonistas, que garantam o atendimento durante todo o tempo.
FALTA DE REMÉDIOS
A lista de medicamentos da chamada “cesta básica” dos postos tem 250 itens, alguns eventualmente faltam por problemas na entrega, nos processos de compras e a Secretaria tem dificuldades legais para comprar fora dos contratos, que sofrem fiscalização do Tribunal de Contas.